Após as devastadoras enchentes que afetaram a cidade nos últimos dois anos, Lajeado se prepara para uma transformação significativa em suas áreas impactadas. A orla do rio Taquari, desde o bairro Carneiros, passando pelo Hidráulica, Centro Histórico, Conservas e Morro 25, áreas completamente devastadas.
Por todos os lados, ruínas, destroços e entulhos espalhados. Histórias, conquistas de uma vida levadas pela força da correnteza. Alguns locais sequer oferecem as mínimas condições estruturais para reativar habitações, sejam moradias ou comércios.
Conforme o secretário de Planejamento, Urbanismo e Mobilidade de Lajeado, Alex Schmitt, um conjunto de iniciativas que visam não apenas recuperar, mas reinventar esses espaços, divididos entre zonas de inundação e áreas de arrasto estão em estudo.
Com um olhar voltado para o futuro, a administração municipal está determinada a transformar as áreas de arrasto em verdadeiros oásis urbanos. A proposta inclui a criação de parques, praças e áreas comuns que, além de serem capazes de suportar alagamentos, servirão como locais de lazer, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população.
Estudo
Em parceria com a Univates, um estudo será realizado para entender os impactos dos rios nessas regiões, garantindo que as decisões tomadas sejam sustentáveis e eficazes. “Para evitar prejuízos significativos, os projetos para essas áreas públicas devem incluir equipamentos adaptáveis às cheias, utilizando materiais que possam submergir sem danos”, reforça Schmitt.
Além disso, o secretário enfatiza a importância de oferecer moradia segura às famílias afetadas, por meio de novos projetos habitacionais, e a fiscalização rigorosa das áreas de risco, impedindo novas ocupações residenciais em locais identificados como perigosos.
Urgência de ações estratégicas
O mapeamento de áreas de alto risco é apenas o primeiro passo. Com a identificação dessas zonas, o Ministério Público busca garantir que projetos de ocupação de baixo impacto, como áreas de lazer, revegetação e ciclovias, sejam implementados. Essas iniciativas prometem não apenas restaurar, mas revitalizar Lajeado, criando um futuro mais seguro e sustentável para todos os seus cidadãos.
“O Ministério Público tem atuado de forma colaborativa e extrajudicial, promovendo consensos e formas de atingir esses objetivos de interesse difuso e coletivo”, explica o promotor de Justiça de Lajeado, Sérgio Diefenbach.
Ele ressalta que, após o mapeamento, os municípios devem iniciar a verificação das propriedades locais, o que pode levar a processos de desapropriação ou troca. Destaca, ainda, a complexidade desse processo, que pode exigir a colaboração do Estado, além da vontade política e orçamentária dos gestores.