Município projeta grandes obras para minimizar problema crônico

mobilidade e infraestrutura

Município projeta grandes obras para minimizar problema crônico

Área considerada prioritária dentro do novo governo demanda investimentos volumosos. Alguns dos projetos já foram apresentados e debatidos na gestão passada. Outros, devem entrar em pauta no decorrer dos próximos meses. Desafio é definir traçados e obter recursos para a execução no médio e longo prazo

Município projeta grandes obras para minimizar problema crônico
Foto: Felipe Neitzke

O desenvolvimento acelerado nos últimos anos, sem o devido planejamento feito no passado, cobra o preço no presente. Trânsito carregado em horários de pico, avenidas saturadas e ruas sem condições de receber um grande fluxo de veículos e ausência de ligações alternativas tornam a mobilidade urbana um dos grandes desafios para o futuro de Lajeado.

Por ser um polo regional, Lajeado tem uma peculiaridade: a circulação de pessoas é muito maior do que a população fixa. Ou seja, é fácil dizer que mais de 100 mil pessoas passam diariamente pelo município. Para a economia, é positivo. Para a mobilidade, um problema que necessita de soluções urgentes, sob o risco da situação se agravar ainda mais.

Os gargalos gerados por obras em rodovias, como a BR-386, a ERS-130 e a RSC-453, respingam no trânsito interno. Ruas antes esquecidas hoje são importantes corredores logísticos. Trechos acostumado a um movimento pequeno de carros agora registram aumento crescente, mesmo sem contar com uma infraestrutura adequada.

Lidar com os desafios no setor está entre as prioridades do novo governo municipal. Gláucia Schumacher e Guilherme Cé elencaram a mobilidade e infraestrutura como um “macrocompromisso” da gestão. Inclusive, mencionam alguns dos projetos que possam ser executados ao longo dos próximos quatro anos.

“São obras de grande porte e que necessitarão de captação de recursos externos, mas são essenciais para resolver gargalos da nossa infraestrutura. Num primeiro momento estamos fazendo uma avaliação de quais obras são prioritárias para termos o devido planejamento e cronograma de ação. Em paralelo, pretendemos melhor estruturar o setor de Projetos Especiais e Captação de Recursos, de forma a conseguirmos ter ainda mais projetos para pleitear recursos nos governos estadual e federal ou até em organismos internacionais”, destaca Cé.

Novas ligações

Movimento iniciado ainda no governo passado, a projeção de novas ligações deve ter sequência. Uma delas cria uma conexão alternativa entre os bairros Montanha e Florestal, interligando a rua Irmando Weissheimer e a avenida dos 15, passando pela ERS-130. Seria uma alternativa para desafogar o trânsito da Benjamin Constant.

Entre 2020 e 2022, o governo municipal, com recursos do Avançar Cidades, alargou o viaduto da 130. A obra, que recebeu críticas por conta do atraso, aliviou parcialmente o problema dos engarrafamentos no trecho. Depois, em 2024, foram construídas rotatórias na Benjamin, com ampliação de alguns pontos. Além disso, os semáforos nos locais foram eliminados.

Para executar a obra, o município utilizaria recurso a fundo perdido da Caixa Econômica Federal, cerca de R$ 10 milhões, anunciado ano passado pelo ex-prefeito Marcelo Caumo. Porém, a verba será direcionada para outra finalidade, com obras de drenagem urbana. “Devemos pleitear a inclusão [da obra] para dentro dos investimentos previstos na concessão da RS”.

Ainda no governo Caumo, foi pleiteado um novo viaduto sobre a BR-386, criando uma ligação alternativa entre os bairros Alto do Parque e Hidráulica. A proposta, desenvolvida no setor de Projetos Especiais, foi apresentada à Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) e à CCR ViaSul, pois necessitaria de autorização para execução. No entanto, o assunto ficou em segundo plano, pois, semanas depois, a região foi castigada pela enchente histórica do Rio Taquari.

Planos a médio e longo prazo

Os projetos defendidos pela administração possuem, em comum, a ideia de melhora a médio e longo prazo na logística e também na mobilidade. Caso da rua Romeu Júlio Scherer, hoje uma rota regional que liga Lajeado a região alta do Vale. A via dá acesso tanto à ponte temporária montada pelo Exército quanto à estiva, ambas sobre o Rio Forqueta.

Embora essas passagens sejam provisórias, o plano do Executivo de Lajeado é aproveitar o traçado existente para a construção de uma ponte definitiva, que serviria de alternativa às pontes da ERS-130 (em construção) e a histórica Ponte de Ferro, reconstruída em tempo recorde pela iniciativa privada.

Para tal, será necessária a pavimentação da Romeu Júlio Scherer, desde o trecho já asfaltado até a chegada nas travessias. A obra será custeada pelo Estado, com recursos do Fundo do Plano Rio Grande, mas só deve ser executada após a entrega da ponte da 130, que vai possibilitar a normalização no fluxo de veículos entre Lajeado e Arroio do Meio.

Também entra nesse escopo o debate sobre a implantação de um anel viário na cidade. O traçado original prevê um “contorno” na cidade a partir do bairro Carneiros até Conventos, passando por localidades diversas da cidade. Entretanto, a maior parte dos trechos hoje sequer possuem pavimentação asfáltica.

“Apesar de já haver no plano um anel viário projetado, é preciso reavaliar e revisar de forma técnica o mesmo, para que saia do papel e, mais do que isso, venha a resolver os nossos problemas. Nos próximos meses nossa equipe técnica terá como missão fazer os estudos e aprimoramentos necessários, para que possamos, aí sim, com o devido planejamento, avançar na execução. É um projeto que envolverá obras de médio e longo prazo, mas que precisa de um pontapé inicial imediato”.

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