Inundações forçam migração a novos núcleos habitacionais

HABITAÇÃO

Inundações forçam migração a novos núcleos habitacionais

Lajeado contabiliza 400 casas destruídas e mais de oito mil pessoas atingidas pelas enchentes de maio de 2024. Primeiras moradias foram entregues no fim do ano passado pela iniciativa privada. Expectativa é para início de mais obras ao longo deste ano

Inundações forçam migração a novos núcleos habitacionais
Foto: Mateus Souza

Os eventos climáticos que atingiram o Vale do Taquari em setembro e novembro de 2023 e maio de 2024 deixaram rastros de destruição e milhares de pessoas impactadas. Em Lajeado, levantamentos indicam que cerca de 400 casas tiveram perda total e outras 2,5 mil foram atingidas pelas cheias.

Somente em Lajeado, cerca de 8 mil pessoas sofreram – direta e indiretamente – os reflexos da enchente de maio de 2024, a partir de um levantamento topográfico que cruzou os dados da mancha da enchente com as moradias do Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Por conta dos efeitos da inundação, se criam novos núcleos habitacionais, pensados para serem mais integrados com a cidade. O plano do município inclui unidades mais espalhadas e sem concentração de grande número de pessoas no mesmo local.

Os maiores projetos têm 68 casas no bairro Igrejinha, 53 no Jardim do Cedro, 56 no Santo Antônio e 56 casas no Planalto, todos com escolas e postos de saúde próximos, o que garantirá melhor qualidade de vida a quem morar nestes imóveis.

“Os grandes projetos foram pensados em áreas que já usufruem de boa estrutura de serviços, e há previsão de instalação ou ampliação do atendimento onde houver necessidade”, destaca o secretário de Planejamento, Urbanismo e Mobilidade, Alex Schmitt.

Os projetos das escolas municipais de Educação Infantil (Emeis) nos bairros Floresta, Campestre e Conservas estão em execução “Pensando em tornar os prédios de zonas alagáveis mais resistentes às cheias, a EMEI Risque e Rabisque, do Centro, está sendo reestruturada com materiais duráveis como ferro, alumínio e granito. Na mesma linha, a implantação de uma Emei no antigo Sesquinho está em análise com a mesma estratégia”, ressalta Schmitt.

Aluguel social

Por meio de lei aprovada em 2023, o município implantou o aluguel social calamidade, um benefício concedido para apoiar as famílias que perderam suas moradias. Estas puderam então alugar um imóvel com a garantia de privacidade para retomar suas vidas.

De acordo com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, o auxílio segue vigente e hoje beneficia mais de 800 famílias. Conforme a titular da pasta, Eliana Heberle, será mantido até que as famílias consigam retomar suas casas ou serem beneficiadas em algum dos projetos habitacionais em andamento na cidade.

Até 30 de julho do ano passado, um total de 916 famílias recebiam o auxílio financiado pelo município. Destas, 305 contratos eram referentes às enchentes de 2023 e 611 famílias estavam vinculadas à cheia de maio de 2024.

“O benefício do aluguel social calamidade tem duração máxima de 18 meses. Durante esse período, a condição específica de cada família é avaliada por profissionais da área da assistência social, que realizam in loco nos endereços, garantindo a manutenção do auxílio até que a família seja incluída em algum programa habitacional ou até que a necessidade do beneficiário seja superada”, frisa.

Todas as famílias que buscaram atendimento junto à secretaria foram atendidas e seguem sendo amparadas pelo programa de aluguel social, garantindo assistência e apoio às pessoas em situação de vulnerabilidade.

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