Deslocar-se até o Centro ainda faz parte da rotina de uma parcela considerável da população. Seja a trabalho, para acessar algum serviço importante ou mesmo ir até uma loja. Afinal, é na área central da cidade onde há a maior concentração de estabelecimentos comerciais. Lá, também estão algumas das maiores escolas da cidade, bem como agências bancárias e o único hospital de Lajeado.
Entretanto, movimentos iniciados ainda na década passada possibilitam uma mudança deste cenário. Zonas estritamente residenciais começam a experimentar um “boom” imobiliário e comercial, tornando-as mais autônomas e menos dependentes do Centro.
A descentralização é um fenômeno que avança sobre Lajeado. E impulsiona, também, setores que já estavam entre os mais importantes para a cidade, como é o caso da construção civil. De olho nesta transformação, construtoras, incorporadoras e loteadoras também se beneficiam das novas regras do Plano Diretor, cuja aprovação em 2020 abriu caminhos.
Presidente do Sindicato das Empresas da Construção Civil do Vale do Taquari (Sinduscon-VT), Daniel Bergesch frisa que o Plano Diretor foi benéfico no sentido de criar mais “zonas mistas” na cidade. Cita o exemplo do Alto do Parque, bairro de alto padrão estritamente residencial e que agora se abre para novos investimentos.
“Isso traz muitos benefícios ao desenvolvimento de Lajeado. Dá mais vida, mais segurança, cria menos trânsito desnecessário”, afirma Bergesch.
Oportunidades
Para Bergesch, o crescimento populacional tornou a descentralização uma consequência. Primeiro, pela necessidade de tornar os bairros mais equipados e autônomos. Segundo, pelas próprias limitações de Lajeado. Uma das menores do RS em extensão, tem pouquíssimas possibilidades de expansão em áreas mais consolidadas, sobretudo àquelas centrais.
“Nossa área territorial é bem pequena para o porte da cidade. É oito vezes menor que a de Santa Cruz do Sul, por exemplo, mas com uma densidade demográfica cinco vezes maior. Temos uma disputa cada vez maior por terrenos.”.
Com a enchente histórica do ano passado, esse movimento tende a se intensificar. “Tem bairros que não podem mais crescer, seja por falta de espaço ou pela questão das cheias. Áreas que não eram inundáveis agora são.”
Conventos | Bom Pastor | Montanha
Região em plena expansão, sobretudo a partir do começo da década passada. População passa dos 15 mil habitantes em números oficiais. Extraoficialmente, é ainda maior. Obras como a ampliação e duplicação da Av. Benjamin Constant criaram novas rotas de acesso a esses bairros, hoje com comércio e serviços bem estabelecidos.
Floresta | Jardim Botânico | Moinhos d’Água | São Bento
Com direito a criação de um novo bairro em 2023, esta região tem como grande chamariz a rua Carlos Spohr Filho, que se conecta ao Centro e outras partes da cidade, e a RSC-453, sede de grandes empresas. A região mais ao São Bento, antes estritamente residencial, vive nova realidade com a abertura de pequenas lojas e comércios.
Alto do Parque | Carneiros | São Cristóvão | Universitário
Outra região muito populosa, mais ao norte de Lajeado. Expansão impulsionada, sobretudo, pela presença da Univates, que atrai novos moradores. Agrega áreas antes pouco povoadas da cidade e que tinham densa oferta de terrenos. As avenidas Alberto Pasqualini, Alberto Müller e Amazonas, bem como a rua Sabiá despontam neste sentido.