Dados indicam para onde a cidade cresce

LAJEADO

Dados indicam para onde a cidade cresce

Bairros a oeste e sul tem “boom” populacional, enquanto região central mantém força, mas sem espaço para mais crescimento. Censo 2022 revela população oficial das localidades após 12 anos sem informações atualizadas

Dados indicam para onde a cidade cresce
FOTO: FELIPE NEITZKE
Lajeado

Quando Adilson Bald foi morar em Conventos, a realidade era bem diferente dos dias atuais. Ruas de chão batido davam ares de interior ao bairro. Os anos passaram. E o avanço da urbanização, impulsionado por mudanças no Plano Diretor e o pouco espaço para crescimento na área central, transformou a localidade de forma significativa.

As lavouras deram lugar às construções. Comércios surgiram. E a abertura de loteamentos trouxe uma nova perspectiva a Conventos. De repente, condomínios fechados, sobrados e centros comerciais passaram a dividir espaço com antigos casarões. Não à toa, a população deu um salto. Mais de 7,5 mil, conforme dados oficiais do Censo 2022. Mas esse número é ainda maior.

Bald reside no bairro há 30 anos. Lembra de quando a rua Pedro Theobaldo Breidenbach – hoje em processo de alargamento – sequer possuía asfalto. Ao redor, poucas casas. Hoje, além de morador, trabalha na localidade e também preside a Associação de Moradores. Toda essa vivência lhe credencia a representar a comunidade.

“O crescimento do bairro é inevitável. Pois, com o aumento da população, os comerciantes estão expandindo seus comércios aqui, atrás desses novos moradores. Se tem quase tudo no bairro. Não precisamos mais ir ao Centro para ir a bancos, mercados e lojas, entre outros”, atesta Bald.

De fato, a variedade de estabelecimentos em Conventos impressiona. Criou-se um mini-centro nos arredores da rua – e futura avenida – principal. A presença de duas escolas, uma municipal e outra particular, também contribui para a expansão.

Desafios

Se o avanço de Conventos é expressivo, com um incrível crescimento populacional de 120% em 12 anos, o momento atual exige atenção. Ainda que a pujança se mantenha, o município precisa dar conta desse ritmo. Obras importantes pedem passagem, bem como ações para garantir a tão celebrada qualidade de vida no local.

“Com esse aumento populacional, aparecem os desafios. É preciso suprir as necessidades básicas da população, como o abastecimento de água, a coleta do lixo e o saneamento básico. Um dos principais problemas que temos, hoje, é a constante falta de água”, alerta Bald. Essa é uma demanda frequente, inclusive. Hoje, o serviço é de responsabilidade do município.

Outro ponto que exige atenção é o alargamento da Pedro Theobaldo Breidenbach. A via passa pela segunda etapa de ampliação. As obras estão na reta final. A ideia é executar a terceira e última etapa ainda este ano, tornando a rua uma verdadeira “avenida”.

Pujança

Borger mora desde 2006 no Floresta e foi testemunha ocular da expansão do bairro em duas décadas. (Foto: Mateus Souza)

Mais ao sul de Lajeado, outro bairro se destaca pelo crescimento. Em 12 anos, o Floresta foi de 500 para mais de 1,5 mil habitantes, conforme os dados do Censo. Mas esse número, acreditam moradores e líderes da comunidade, é subestimado. A população atual, estimam, passa dos 2 mil em 2025.

A fotografia do Floresta também sofreu modificações com o passar dos anos. Por muito tempo pertencente ao bairro São Bento, a localidade tinha o apelido de “Ferro Velho” no passado. Agora, além da expansão populacional, também abriga uma variedade considerável de empresas, muitas delas entre as 100 com maior valor adicionado fiscal (VAF) em 2023.

“Nossa população mais do que triplicou em duas décadas. Temos aqui várias empresas que contribuem muito para a economia do município. Por isso, é necessário um olhar mais cuidadoso do Poder Público ao nosso bairro”, afirma o presidente da Associação de Moradores do Floresta, Jaime Borger.

Comerciante, ele se instalou no bairro há 20 anos. À época, haviam poucas residências na região, enquanto as ruas sequer estavam asfaltadas. Hoje, a situação mudou bastante, ainda que a infraestrutura seja um problema aparente, com poucas vias em boas condições de trafegabilidade. “Tivemos uma conquista importante, que foram as rotatórias [da RSC-453]. Mas precisamos de mais investimentos”, afirma o líder comunitário.

Lajeado bairro a bairro – população

Alto do Parque: 1.488
Americano: 2.840
Bom Pastor: 2.549
Campestre: 2.922
Carneiros: 1.964
Centenário: 2.090
Centro: 6.380
Conservas: 1.885
Conventos: 7.542
Floresta: 1.544
Florestal: 5.595
Hidráulica: 2.131
Igrejinha: 1.364
Imigrante: 755
Jardim do Cedro: 7.013
Moinhos: 6.080
Moinhos d’Água: 5.110
Montanha: 4.374
Morro 25: 1.123
Nações: 595
Olarias: 2.915
Planalto: 1.635
Santo André: 1.474
Santo Antônio: 4.388
São Bento: 3.415
São Cristóvão: 6.734
Universitário: 6.724

(*) Jardim Botânico foi criado em 2023, após a realização do Censo 2022. O bairro novo reúne partes do Bom Pastor, Moinhos d’Água e Montanha.

Fonte: Panorama do Censo 2022

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