É inevitável. Com pouco (ou quase nada) espaço para crescer nas regiões mais centralizadas, Lajeado começa a experimentar o fenômeno da descentralização. Possibilitada por mudanças no Plano Diretor, esses novos polos de serviço e comércio se formam em diferentes bairros da cidade, tornando-os mais autônomos e menos dependentes de outras regiões melhor equipadas. Exemplos não faltam por aí. O São Cristóvão se consolida como um “novo Centro”. Conventos se tornou uma “mini-cidade” e tem de tudo (até uma necessidade pela distância do Centro). O Montanha também se diversificou bastante nos últimos anos. Agora vemos outros bairros antes estritamente residenciais se prepararem a esse movimento.
Em uma ponta da cidade, o Alto do Parque desperta para um novo momento, com a abertura de um hotel turístico e a criação de polos gastronômico e comercial. Do outro lado, vemos o São Bento despontando, com a abertura de pequenos comércios. Se somam a outros bairros que também se destacam pela pujança em diferentes áreas. Não é um movimento novo, repito. Outras áreas já experimentaram essa descentralização. Mas agora ela começa a se expandir para o restante da cidade. E isso, claro, traz desafios. Alguns deles a curto, outros a médio. Mas, principalmente, lições que precisam ser resolvidas no longo prazo, sob o risco de criarmos novos gargalos. De nada adianta descentralizarmos Lajeado se esse movimento não vir acompanhado de grandes obras estruturantes. Não podemos pensar num crescimento do Alto do Parque sem uma nova ligação com o Hidráulica. É impensável que São Bento se desenvolva ainda mais nas condições atuais da Carlos Spohr Filho. Conventos precisa de novas vias para possibilitar uma melhor distribuição do fluxo de veículos. E esses são apenas alguns exemplos…
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Crédito: Felipe Neitzke
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Crédito: Gabriel Santos
Lição de casa
O plano de governo da prefeita Gláucia Schumacher é bem didático neste sentido. O macrocompromisso “mobilidade e infraestrutura” detalha as obras que, em tese, irão possibilitar um desenvolvimento harmonioso na cidade. Algumas delas parecem distantes, é verdade. Mas não são “impossíveis” de serem executadas. Recurso existe. Talvez não aqui, mas em Brasília, sim. E capacidade técnica de execução de bons projetos, também. Conhecimento não falta para nossos profissionais. Então, é o momento de fazer a lição de casa. Iniciar, para logo, esses movimentos. Como disse antes, talvez não sejam obras para este quadriênio. Mas é importante pavimentar esse caminho agora para colhermos os frutos no futuro.
DAS RUAS
- Está pronta a segunda etapa de alargamento da rua Pedro Theobaldo Breidenbach, em Conventos. Restavam alguns pequenos detalhes relacionados à pintura. Com isso, a nova faixa está liberada para o trânsito de veículos. E o município já começa a pensar em uma terceira fase de ampliação da futura avenida. A ver;
- Após muitos pedidos de moradores e usuários, o asfaltamento da rua Henrique Eckhardt, no bairro Floresta, foi reiniciado semana passada. As últimas semanas tem sido de movimentação intensa no local, por conta dos rodeios no Parque de Eventos. E, também de críticas. O que mostra a importância da obra;
- Cuidar da cidade é um desafio grande. Os problemas com vegetação alta, abandono e falta de roçada em terrenos, acúmulo de lixo nas ruas e vandalismo em praças são algumas das situações relatadas à reportagem e que precisam de atenção do município. Tudo isso aumenta a responsabilidade e a pressão da comunidade sobre a futura Secretaria de Serviços Urbanos, que ainda não saiu do papel.