“Podemos estar diante de um quadro de psicopatia”

HOMICÍDIO DE RECÉM-NASCIDA

“Podemos estar diante de um quadro de psicopatia”

Casal de 19 e 20 anos foi responsável por homicídio qualificado e ocultação de cadáver da filha

“Podemos estar diante de um quadro de psicopatia”
Médico psiquiátra, Olivan Moraes (foto: Pedro Rodrigues)
Sério

Após analisar o caso, o médico psiquiatra Olivan Moraes avalia que o casal de 19 e 20 anos, investigado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, apresenta comportamentos que podem ser compatíveis com transtornos de personalidade, incluindo a possibilidade de um quadro de psicopatia. “Estamos, talvez, diante de um quadro de psicopatia, mas isso exige avaliação mais aprofundada e criteriosa”, ressalta.

O transtorno mental em questão é considerado relativamente raro, afetando cerca de 1% a 3% da população. No entanto, dados da Câmara dos Deputados indicam que indivíduos com características psicopáticas representam uma parcela significativa do sistema prisional brasileiro, estimada em cerca de 20%.

Segundo Moraes, características do transtorno podem estar presentes desde a infância, que se desenvolve ao longo da vida e pode passar despercebido até a ocorrência de crimes graves ou outros de menor periculosidade. Contrariando um mito comum, o psiquiatra afirma que psicopatas não são necessariamente mais inteligentes que a média da população.

Na denúncia apresentada pelo Ministério Público, a mãe da vítima é acusada de, após dar à luz à criança em casa, ter causado sua morte com um instrumento cortante. Já o pai é acusado de não impedir o crime, além de ter ocultado o corpo e destruído provas. O casal ainda é investigado por supostamente limpar a cena do crime.

A possibilidade de inimputabilidade ou semi-imputabilidade será avaliada conforme o avanço das investigações e das perícias psiquiátricas, que poderão determinar se há algum transtorno mental relevante que tenha relação causal com os atos denunciados.

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