A data prevista para o início da produção em Teutônia coincide com o momento crítico vivido em 2024. Em maio do ano passado, a Fontana S/A foi tomada pela cheia do Rio Taquari, em Encantado. A água chegou a quase 4m de altura e cobriu máquinas e estoque. O episódio foi decisivo para a migração parcial a Teutônia, que deve, a partir de maio, sediar a produção de produtos de higiene e o centro de distribuição da empresa.
O projeto da planta em Teutônia está definido desde agosto, segundo o gestor da unidade. Mas atrasos burocráticos impactaram o cronograma inicial, que previa começo das atividades para janeiro de 2025. “Questão de liberação de licenças… de todo processo para abertura de uma filial industrial. Houve alguns atrasos que infelizmente nos proporcionaram um adiamento de praticamente quatro meses na execução”, explica Marcelo Fontana.
Ainda na primeira quinzena de janeiro, iniciaram as obras civis e de infraestrutura no espaço que sediará as atividades. Fevereiro e março devem ser dedicados à montagem das linhas de sabonete em barra e líquido – produção que migra para a cidade. “Consequentemente, em abril ou maio, uma das linhas deve começar a operar de forma experimental”, conta o gestor. Junto com a produção, inicia também os serviços de expedição.
“A ideia é levar toda a expedição e o estoque de produtos acabados [sabões, higiene e limpeza] para Teutônia. Essa é a previsão final do projeto de mitigação de risco”, afirma Marcelo Fontana. Intenção é reduzir danos de eventuais situações climáticas como as de 2024 e 2023 que afetaram a empresa e exigiram pausa em todos os segmentos – produção, estoque e logística – em Encantado.
Dentro do projeto de mitigação de riscos, a empresa avalia também maneiras de prevenir efeitos de novas cheias para que não tenha “uma parada e um prejuízo tão grande como nos eventos de setembro e novembro [2023], e maio [2004]”. Além disso, busca novo posicionamento do Poder Público. “Provavelmente teremos o desafio nos próximos três anos de avaliar as ações de prevenção divulgadas pelos governos do Estado e Federal sobre a proteção dos municípios”.
Geração de empregos
Maurício Fontana entende que o segundo semestre de 2025 vai marcar a retomada completa das atividades, tanto na unidade de Encantado, quanto na de Teutônia. A filial deve, nos próximos meses, criar de 60 a 65 postos de trabalho direto, no setor da produção, de controle de expedição e de estoque. “São as funções básicas para aquilo que vamos criar no projeto da planta de Teutônia”, explica. Além disso, o gestor prevê movimentação de mão de obra indireta, principalmente para manutenção da operação logística, que deve envolver quase 15 pessoas.
Maurício projeta uma movimentação semanal de cerca de 450 ou 500 toneladas de produtos. “Nossa previsão de receita na planta de Teutônia deve ultrapassar os R$ 150 milhões por ano, sem contar o que é produzido na unidade de Encantado”, pontua.