A desinformação sempre foi uma arma para desestruturar adversários. Com a internet, se transformou em uma praga. Nesta era da hiperinformação, a verdade, muitas vezes, perde a batalha para narrativas distorcidas que apelam ao medo e à emoção. O episódio envolvendo o Pix é um exemplo de como a manipulação pode gerar desconfiança.
Pela portaria, a Receita Federal buscava algo simples: ampliar a fiscalização de transações financeiras para incluir agentes financeiros, como as financiadoras digitais, as carteiras digitais e outros modelos de pagamentos online, alinhando-as às mesmas regras aplicadas aos bancos desde 2015.
A medida visava combater a sonegação fiscal e fortalecer o monitoramento de grandes movimentações financeiras, sem afetar o usuário comum. Porém, bastou o termo “Pix” ser atrelado à ideia de cobrança para que o pânico tomasse conta.
De redes sociais a grupos de mensagens, a narrativa de que “o governo vai taxar o Pix” espalhou-se como rastilho de pólvora. A comunicação oficial não foi suficiente para conter a onda de desinformação, e o resultado foi uma queda expressiva de 10,9% nas transações via Pix em janeiro.
A barrigada fica maior quando o governo recua. Ainda que seja uma tentativa de pacificar os ânimos, entregou a vitória simbólica para os propagadores de fake news. A revogação será usada como prova de que “o governo mentiu” e de que “a pressão popular venceu”. Uma narrativa perigosa que dá força a movimentos baseados na distorção da realidade.
Essa é a distopia da hiperinformação: vivemos em um mundo onde a abundância de dados deveria nos tornar mais esclarecidos, mas, paradoxalmente, estamos cada vez mais perdidos. No caso do Pix, a narrativa falsa prejudicou o governo e também minou a confiança em um sistema que revolucionou os pagamentos no país.
Educação técnica gratuita
A Escola Estadual de Educação Profissional Estrela tem vagas disponíveis para os cursos de Confeitaria e Edificações. As matrículas podem ser feitas até esta sexta-feira. A formação é gratuita.
As inscrições podem ser feitas pelo site da Secretaria de Educação do RS ou na secretaria da escola, localizada na Rua Coronel Mussnich, 270, Bairro Centro, Estrela. O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 14h às 17h e das 19h às 22h.
A confusa dança das tarifas
Uma revisão no valor teto dos pedágios protagonizou um episódio peculiar no Estado. Primeiro, o Diário Oficial apresentou um aumento médio de 3,5% nas tarifas do Bloco 2. O texto foi divulgado no portal parcerias.rs.gov.br, como parte da consulta pública. Algumas horas depois, uma nova tabela corrigiu o reajuste para modestos 0,5%.
O que intriga é mais do que a “correção”, mas a discrepância absurda entre os números, pois não estamos falando de um erro de digitação. Afinal, foi um decreto assinado pelo governador em exercício.
O que justificou tamanha diferença? As perguntas se acumulam. Foi erro técnico? Uma tentativa de medir a reação pública? Ou o governo percebeu que os valores propostos eram insustentáveis?
Enquanto isso, no Vale do Taquari, a insatisfação cresce. A região, onde deslocamentos curtos fazem parte da rotina, já considera o sistema de free flow caro e desproporcional.