A Univates, através do Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo (Semeia-Emau), realizou um concurso acadêmico chamado “Olhar para a Cidade”, voltado para estudantes da disciplina de Requalificação Urbana, do curso de Arquitetura e Urbanismo. A competição propôs a criação de projetos para revitalizar a Praça da Matriz, em Nova Bréscia, parte importante do município por ser um ponto de lazer e local onde sediam o Festival da Mentira e dos Churrasqueiros.
O principal objetivo da iniciativa foi incentivar ideias que melhorassem a integração social, a acessibilidade e a qualidade de vida na praça. Os participantes precisavam propor soluções que atendessem às demandas da comunidade, promovendo um espaço público mais funcional, seguro e confortável.
A comissão julgadora, composta pelo prefeito Angelo Barbieri, a arquiteta e urbanista Alessandra Laste, e os professores Jauri dos Santos Sá e Augusto Alves, avaliou 10 propostas submetidas ao concurso. Entre os critérios analisados estavam a clareza na apresentação dos projetos, a integração com o entorno urbano, a funcionalidade e a composição estrutural, além de detalhes técnicos como memoriais descritivos, diagramas e elementos de paisagismo.
A organização do evento foi liderada pelo professor Gustavo Maciel Gonçalves, com a colaboração de Jeandres Rosa e Bárbara Delazeri. Os três melhores projetos foram premiados com valores de R$ 1 mil, R$ 600 e R$ 300. A proposta vencedora foi de Larissa Hauschild, que priorizou a acessibilidade e a multifuncionalidade.
Orçamento
O prefeito Angelo Barbieri enfatizou que o projeto busca oferecer maior comodidade para eventos realizados no espaço público. Atualmente, a necessidade de alugar estruturas como lonas e barracas representa um custo significativo para o município. “Economizaremos em questões de infraestrutura e proporcionaremos uma experiência melhor à comunidade durante os nossos eventos festivos”, aponta. A cobertura da praça será feita primeiro, as obras iniciam em breve e a previsão de conclusão é até o fim do ano.
O financiamento do projeto é viabilizado por meio de recursos provenientes de emendas parlamentares, governo estadual e contrapartida da prefeitura. “Já temos R$ 650 mil em caixa, com previsão de mais R$ 500 mil em emendas, além de recursos próprios do município. Nossa intenção é trabalhar com o basalto, um material característico da nossa região, para manter a identidade visual da cidade”, explica o prefeito.
Projeto vencedor
Larissa Hauschild, estudante e vencedora do concurso “Olhar para a Cidade”, destacou que sua proposta foi elaborada com base nas necessidades apontadas pela comunidade de Nova Bréscia. “A acessibilidade foi o principal foco do projeto, com o objetivo de criar um espaço que ofereça mais conforto e seja multifuncional, atendendo diferentes atividades da população”, afirma. O projeto, desenvolvido ao longo de um semestre, iniciou em agosto e foi finalizado no início de dezembro.
Entre as melhorias propostas pela acadêmica, estão a inclusão de rampas de acesso e circulação interna, uma cobertura para a quadra esportiva, a implantação de uma academia ao ar livre e a remodelação do parque infantil. Para garantir que essas intervenções estivessem alinhadas às expectativas dos moradores, os estudantes utilizaram um questionário, que possibilitou colher sugestões e identificar quais usos e estruturas eram mais desejados.
Para Alessandra Laste, arquiteta da prefeitura e integrante da comissão julgadora, a revitalização da Praça da Matriz representa uma transformação significativa na dinâmica urbana e social da cidade. “Revitalizar a praça fortalece a identidade comunitária, já que este é um espaço central de encontros e convivência em nossa cultura regional”, conta Alessandra. Além disso, ela ressaltou o impacto econômico que a requalificação pode trazer.
Desafios
A topografia da praça, com seus 5,6 mil metros quadrados de área em desnível, exigiu soluções criativas para distribuir os diferentes usos de forma acessível e funcional. Além disso, era essencial preservar e enaltecer os monumentos históricos presentes no local, que contam a história de Nova Bréscia. Outro ponto crítico, segundo a arquiteta, foi a necessidade de conciliar elementos modernos com a essência tradicional da cidade.
