Forte chuva causou mortes e grandes estragos em Ipatinga, Minas Gerais, na madrugada de domingo, 12. Com um pico de precipitação superior a 80 mm em menos de uma hora, a cidade enfrentou alagamentos, transbordo de córregos, desabamentos e movimentação de terreno. A tragédia, que também afetou o município vizinho de Santana do Paraíso, deixou dez mortos, incluindo cinco membros de uma mesma família. O Corpo de Bombeiros registrou 58 ocorrências relacionadas ao temporal, e a Prefeitura de Ipatinga decretou estado de emergência por 180 dias.
Moradora do bairro Vila Celeste, em Ipatinga, há 40 anos, Keila Keiciane Morais Vasconcelos Vaz relata ao A Hora nunca ter vivido situação tão grave. “As áreas mais afetadas foram Canaã e Betânia, locais que não enfrentavam inundações desde 2004, após a construção de uma galeria de escoamento. Mas dessa vez, a destruição foi enorme. Muitos barrancos cederam, pessoas perderam tudo, e famílias estão desalojadas, abrigadas em igrejas e espaços da prefeitura. A UPA ficou interditada, e o cenário nas ruas é de caos, com muita lama e sujeira”, relatou emocionada.
Ela também destacou o impacto nos comerciantes, que perderam estoques inteiros, e o luto que toma conta da cidade. “Estamos recebendo doações de colchões, água potável, roupas de cama e produtos de higiene. Apesar de a luz e a água terem sido mantidas, muitas famílias estão sem estrutura. É muito triste ver uma vida inteira de esforço sendo levada pela água. A chuva continua, mesmo que em menor intensidade, e a preocupação com novos deslizamentos é constante.”