Vereadores aprovam 58 contratações e criação de 25 vagas na educação

CÂMARA DE LAJEADO

Vereadores aprovam 58 contratações e criação de 25 vagas na educação

Sessão teve discussão entre presidente e Eder Spohr (MDB), além de polêmica sobre a leitura do trecho bíblico

Vereadores aprovam 58 contratações e criação de 25 vagas na educação
Lajeado

Os quatro primeiros projetos aprovados na câmara de Lajeado pertencem a área da educação. São 58 contratações emergenciais e mais 25 aberturas de vagas. As matérias avançaram por unanimidade na sessão desta terça-feira, 14, a segunda desta legislatura. Os textos não integravam a pauta e ingressaram no plenário por meio de acordo entre as seis bancadas.

O governo está autorizado a contratar, por até um ano, 55 monitores de creche. A ação supre demanda criada após exonerações ocorridas nos últimos três anos. De acordo com a justificativa, o modelo de contratação ocorre pela invalidação do concurso público feito pelo município após constatação de irregularidades na aplicação do certame.

Também foi liberada a contratação de três professores para educação infantil. Os profissionais complementam a demanda após a diminuição da carga horária para três professores beneficiados pela lei de redução da jornada de trabalho para cuidar de filhos autistas. O contrato poderá ser também de até 12 meses.

Os outros dois projetos que avançaram permitem a criação de vagas e modificação do plano de carreira dos professores. Para atuar nos anos iniciais do ensino fundamental foram abertas 20 vagas. As outras cinco servem para os anos finais nas áreas de: matemática (2), ciências, geografia e inglês. A quarta matéria que avançou aumenta o comissionamento de docentes que assumem cargos diretivos ou supervisão pedagógica, por meio da mudança no plano de carreira municipal na área da educação.

Por mais que tenham sido aprovados os textos, os vereadores enfatizaram a necessidade de um concurso público para atender a necessidade de toda a rede municipal e lamentaram a condução pelo município do concurso aplicado e anulado no final do ano passado.

Cobrança pelo aluguel social
Criado para auxiliar famílias que perderam suas casas nas enchentes, o aluguel social de até R$ 1.000,00 subsidiado pelo município foi tema de críticas da oposição. Segundo o vereador Jones Vavá (MDB) há pelo menos um caso de uma moradora de Lajeado que será despejada em função de atrasos ou não pagamentos do benefício. “A Samara (moradora que estaria com aluguel atrasado) cogita pegar uma barraca e se instalar em frente à prefeitura. Ela vai ser despejada com três filhos sendo um deles autista”, avisou.

O mesmo tema foi abordado por Marquinhos Scheffer e Waldir Blau, ambos do MDB. O líder de governo, Lorival Silveira (PP), cogitou a ocorrência de falha no processo uma vez que a proposta aprovada em 2024 no legislativo garante o benefício até março de 2025.

Ana da Apama e Eder Spohr: primeira discussão do ano
Após a sessão com tom ameno na semana passada, a reunião desta terça-feira marcou o primeiro embate. Eder Spohr (MDB) repercutiu entrevista da presidente Ana da Apama (PP) e uma reunião interna sobre a busca por uma sede própria para a câmara. “Imagina o poder público construindo um prédio de 3 mil m²… Faltam vagas em creche e se pensa em construir uma câmara de 15 a 20 milhões. Poderíamos zerar ali a fila de cirurgias eletivas”, disse o emedebista.

Ana e Eder Spohr já foram colegas de bancada quando a vereadora integrava o MDB (Foto: Henrique Pedersini)

Ana rebateu imediatamente e alegou que a construção seria feita por meio de permutas. “O senhor pegou no pé por quatro anos. Por que não pega no pé de outros vereadores homens?”, indagou.

A discussão seguiu ao longo da sessão e ficou ainda mais acalorada com o discurso da presidente com a afirmação de que é perseguida por Spohr. “O vereador Eder tem uma mãe mulher, esposa e uma filha mulher. Que elas não tenham que encontrar alguém como o senhor ou que encontrem alguém forte como eu”, disparou Ana enquanto o vereador do MDB deixou o plenário e bateu com força a porta de acesso principal ao local da sessão. Em nova fala, Spohr criticou o uso de seus familiares no debate político.

Críticas à retirada do trecho bíblico

O clima quente abriu a sessão após a decisão da presidente e não abriu espaço para a leitura de um trecho bíblico, costume em todas as reuniões. “Em virtude do estado ser laico não faremos mais a leitura. É que tem várias religiões e teríamos que trazer de todas”, justificou Ana após cobrança de Lorival Silveira (PP). Eder Spohr (MDB) avisou que usará seu tempo para ler um versículo da bíblia a cada sessão. Jones Vavá (MDB), Heitor Hoppe (PP) e Ramatis de Oliveira (PL) pediram a reconsideração da decisão.

A presidente recuou e afirmou que serão lidos trechos da bíblia e outras mensagens na abertura de cada reunião semanal. A próxima sessão ocorre na terça-feira, 21, a partir das 17h.

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