O grupo do Conselho de Desenvolvimento Regional (Codevat) e das entidades do setor produtivo do Vale do Taquari busca incluir os prefeitos nas discussões sobre o pacote dos pedágios.
Em reunião ontem entre a presidente do Codevat, Cintia Agostini, e o prefeito de Sério, Moisés de Freitas, indicado para ser o próximo presidente da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (AMVAT), foi pedido para que ele ajude na mobilização dos novos prefeitos para que conheçam o projeto de concessão das rodovias do Bloco 2 e, assim, possam avaliar as condições das propostas e se envolver no debate regional.
O assunto também será debatido com o prefeito de Muçum, Mateus Trojan, para que também façam esse movimento na parte alta da região. Junto com isso, o grupo regional pretende marcar uma reunião de trabalho com o secretário Pedro Capeluppi e os municípios da região antes do fim da consulta pública, prevista para 20 de fevereiro.
Para o prefeito Moisés de Freitas, é necessário estreitar a conversa com o Estado e envolver os prefeitos. “Temos muitos gestores entrando agora. É fundamental que tenham a compreensão exata do que vai acontecer, porque isso vai afetar a vida de todos.”
O gestor de Sério admitiu que há prefeitos que desconhecem a proposta e precisam ser informados sobre os detalhes. “Os novos gestores, estão faz duas semanas com o mandato, certamente não conhecem o que o plano prevê. Queremos que o Estado apresente melhor o projeto e que todos possam discutir e compreender o impacto das concessões”, realça.
A consulta pública para a concessão das rodovias foi lançada nessa segunda-feira. O Bloco 2 compreende as ERSs 128, 129, 130, 453, com trechos no Vale. A audiência pública ocorre dia 24 de janeiro, no auditório do prédio 7 da Univates, a partir das 10h. No mesmo dia, também está marcada a reunião em Venâncio Aires, no plenário da Câmara de Vereadores, a partir das 14h30min.
Movimento em Venâncio Aires
O prefeito Jarbas da Rosa prepara a lista de reivindicações com melhorias na RSC-453. A duplicação do trecho passa pelo perímetro urbano do município. Para tanto, são necessárias intersecções na via para pedestres e obras para adequação ao Plano Diretor. De acordo com ele, o município trabalha no fortalecimento e atualização das necessidades que sugere incluir no projeto antes da publicação do edital de concessão da via. “Vamos reapresentar nossas indicações de obras, que já levamos em 2022 e que seriam nossas prioridades”, destaca o prefeito.
Ainda entre as demandas está a de que o trecho que passa pela cidade tenha um pedágio com o sistema free flow, com a cobrança em fluxo livre. O Bloco 2 abrange 32 municípios, com o total de 415 quilômetros de extensão.
Comparação com o Bloco 1
Junto com as rodovias do Norte e do Vale do Taquari, o Estado também apresentou o estudo de modelagem para o Bloco 1, onde está a Região Metropolitana. O grupo de trabalho regional ainda não definiu posição sobre isso. Em uma análise preliminar, o vice-presidente de infraestrutura da CIC-VT, Leandro Eckert, destaca que o Polo da Região Metropolitana receberá um aporte de R$ 4 bilhões, enquanto o Vale do Taquari e o Norte receberão R$ 1,3 bilhão. “Há uma bela diferença. Precisamos ficar atentos às obras mais importantes e ao custo por quilômetro rodado”, afirma Eckert.
Ele ressalta que o Bloco 2 foi o mais impactado pelas inundações e possui uma topografia mais acidentada, o que torna o custo por quilômetro rodado mais caro. “Nosso bloco vai receber só R$ 1,3 bilhão, assim nosso quilômetro rodado vai ficar muito mais caro do que no Bloco 1. Acho que temos que lutar para dividir melhor esse bolo. No mínimo, meio a meio”, sugere.