Material escolar sobe 9% e pressiona orçamento

Volta às aulas

Material escolar sobe 9% e pressiona orçamento

Com o aumento dos custos, famílias apostam em marcas menos conhecidas para economizar, sem abrir mão da qualidade dos itens. Estabelecimentos oferecem condições de pagamento facilitadas para ajudar no orçamento

Material escolar sobe 9% e pressiona orçamento
Fernanda e Luiza vão reaproveitar alguns materiais do ano passado. (Foto: Jéssica R Mallmann)
Lajeado

O início do ano traz consigo o tradicional movimento nas lojas de material escolar, com famílias em busca de livros didáticos, cadernos e itens essenciais para a volta às aulas. Em 2025, os produtos estão entre 5% e 9% mais caros do que no ano passado, de acordo com a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (Abfiae). Aumento que, para muitas famílias, é significativo e reflete em ajustes no orçamento para atender às demandas escolares e o desejo das crianças.

Para garantir materiais de qualidade e um bom preço, Lisete Schmidt conta que faz questão de pesquisar. “Há muitas promoções e uma diferença significativa entre as lojas e papelarias”, destaca. As compras são feitas acompanhadas da filha Maria Eduarda, que está no oitavo ano do ensino fundamental.

Antes de ir às lojas, a família estabelece acordos para alinhar os desejos da jovem ao orçamento da família. Afinal, nem sempre é possível optar pelas marcas famosas, que costumam ser mais caras. “Na verdade, oferecemos alternativas. Ela pega um item que gosta e outro optamos por outras marcas. Além de terem preços mais acessíveis, elas também oferecem materiais de qualidade”, afirma Lisete.

Lisete e Maria Eduarda fizeram pesquisa de preços antes de comprar os itens escolares

A mesma negociação é feita entre Fernanda Rodrigues e a filha Luiza Kuffel. “Ela está ciente que precisa haver um equilíbrio”, destaca Fernanda. “Aquela fase infantil, dos cadernos de personagens já passou. Materiais de desenhos animados do momento, vemos que são mais caros e, hoje, ela busca pelos modelos tradicionais”.

A família também fez pesquisa de preço nas lojas físicas e na internet. Embora muitos itens apresentassem valores mais atrativos online, eles decidiram priorizar o comércio local. “Boa parte do material do ano passado também será reutilizado”.

Avaliação do cenário

Além da questão dos impostos, a economista Fernanda Sindelar ressalta que diversas famílias do Vale ainda sofrem os reflexos do pós-cheia. Seja pela perda da casa ou mudanças de emprego, o cenário impacta diretamente no bolso do consumidor, que agora possui outras despesas para conciliar.

Fernanda Sindelar, economista

Fernanda recomenda que, antes de sair às compras escolares, os pais saibam reconhecer o orçamento familiar. “É preciso saber quanto posso gastar, porque daí quando for as papelarias vou me controlar diante da minha restrição orçamentária. Se eu saio sem saber o quanto posso gastar, é mais fácil gastar para além do que poderia”, explica.

Além disso, a tradicional pesquisa de preços deve ser mantida. Uma facilidade encontrada em muitas papelarias e lojas da região é a possibilidade de solicitar o orçamento via WhatsApp ou mesmo no site das empresas. Por fim, Fernanda recomenda que os pais avaliem a real necessidade de adquirir todos os materiais novos. “Muitas vezes é possível reaproveitar, de um ano para o outro, itens como lápis, borrachas e canetas”.

Quanto custa?

A reportagem analisou o preço de cadernos brochura, lápis de cor, canetinhas, giz de cera, cola branca, estojo e mochilas em quatro estabelecimentos de Lajeado, localizados no centro. O levantamento foi feito na sexta-feira, 10, em busca do menor valor de cada produto da lista. Por isso, as marcas podem variar.

Os itens escolhidos para o comparativo são considerados básicos, sendo que as listas de materiais escolares completas podem variar de acordo com o educandário e a turma a qual o estudante integra.
Para economizar, o recomendado é que as famílias façam pesquisa de mercado, já que o preço da lista básica pode variar de R$ 63,80 a R$ 115,39, a depender das marcas escolhidas.

Comportamento do consumidor

Neste ano, as aulas começam mais cedo, por isso, em alguns estabelecimentos a busca pelos materiais escolares iniciou antes mesmo do Natal. Mas o movimento deve se intensificar a partir desta semana, tendo em vista o retorno das viagens de férias.

Frederico Wessel, Sócio-proprietário das Lojas Wessel

Sócio-proprietário das Lojas Wessel, Frederico Wessel conta que, para muitas famílias, o material escolar é visto como o vilão do início de ano. Enquanto os filhos almejam por materiais com seus personagens favoritos – que possuem um valor elevado devido à licença – os pais preferem os itens mais em conta.
“Sempre existem alternativas, inclusive com qualidade muito semelhante. O que vem acontecendo nos últimos anos é que mochilas estão passando a ser presentes de Natal, ou até a lista de material completa”.

Gerente da loja Clip de Lajeado, Douglas dos Santos também percebeu a mudança no comportamento do consumidor. Um costume já bastante comum entre as famílias, a pesquisa de preços ficou mais intensa este ano. “As famílias estão buscando o equilíbrio, principalmente aquelas que possuem mais filhos. Então trabalhamos com várias marcas para atender a diferentes realidades e estilos”.

Facilidades de pagamento

Opções de crediário, parcelamento sem juros e sorteios de listas completas são algumas das opções oferecidas pelas lojas para auxiliar as famílias a encaixarem o orçamento do material escolar, em meio a outras despesas típicas do início do ano, como IPTU, IPVA e gastos com férias.

Nas Lojas Wessel, uma das apostas foi negociar de forma antecipada com os fornecedores, para não haver reajustes nos preços. “São os mesmos valores praticados no ano passado”, afirma Frederico.

Já na Clip, o feirão do material escolar é a novidade para Lajeado. “É uma prática realizada em outras unidades que resolvemos trazer para cá. Acredito que todas as lojas buscam alguma alternativa”, destaca Douglas.

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