Hora de resgatar o projeto do anel viário de Lajeado

Opinião

Mateus Souza

Mateus Souza

Jornalista e colunista do caderno Lajeado - Um novo olhar sobre os bairros

Hora de resgatar o projeto do anel viário de Lajeado

Os pedidos recentes em torno da pavimentação da Romeu Júlio Scherer – via de acesso à Ponte do Exército e à estiva – e a necessidade de criar novas rotas para desafogar o trânsito pesado das principais ligações reacendem um importante debate na cidade. Previsto no Plano Diretor, o anel viário de Lajeado se torna uma obra cada vez mais essencial para o futuro da cidade.

Quem estudou a fundo o nosso sistema viário e também conhece a mobilidade urbana local sabe que o traçado existe. Ou pelo menos uma parte considerável dele. Desde os bairros Carneiros e Universitário, na av. Rio Grande do Norte, até o viaduto novo de acesso a Conventos, na rua Henrique Otto Scherer.

Um trajeto que, num cenário ideal, passaria ainda por Universitário, ERS-130, Campestre, Planalto, Igrejinha e Imigrante. Ou seja, contornaria todos os bairros mais ao norte de Lajeado, desviando dos trechos mais movimentados da BR-386. Evitaria, também, o fluxo em vias como a avenida Alberto Pasqualini

Trecho da Wilibaldo Eckhardt, no bairro Imigrante, integra o traçado original do anel viário

O que falta, claro, é criar condições dessa rota ser utilizada a pleno por motoristas. Elaborar e cadastrar projetos para buscar recursos – possivelmente federais – são o primeiro passo. Ter um anel viário 100% asfaltado de uma ponta a outra é possível. Talvez não para daqui um, dois, cinco anos. Mas, a longo prazo, sim.

A prefeita Gláucia Schumacher (PP) já afirmou que mobilidade e infraestrutura estão entre as prioridades da sua gestão. Consta, inclusive, como um “macrocompromisso” no plano de governo. Dentro disso, é inevitável: o anel viário precisa ser discutido como um projeto concreto.

Oportunidade que se abre

Não é de hoje que abordo o tema. Em junho passado, falei sobre como a abertura da ponte temporária sobre o Rio Forqueta colocaria em evidência uma via esquecida. No caso, a Wilibaldo Eckhardt, que passa pelos bairros Planalto, Igrejinha e Imigrante. Essa rua faz parte do traçado original do anel viário.

À época, pouco (ou nada) se falou do assunto. Mesmo na campanha eleitoral, não lembro de ter visto/ouvido/lido qualquer menção a essa importante rua. Talvez esteja enganado. Mas nunca é tarde para incluir o assunto em pauta.

“o bairro precisa reagir”

Estive esta semana no Morro 25, onde acompanhei um pouco dos trabalhos para reforma da Emef Alfredo Lopes da Silva. Situada na rua da Divisa, a instituição está fechada desde a enchente de maio. Embora não estivesse na “zona de arrasto”, o prédio sofreu diversas avarias. O primeiro andar ficou totalmente submerso.

A volta das atividades na escola é fundamental para a retomada da autoestima de uma comunidade muito impactada pela catástrofe. É como disse o pintor Paulo Alves da Silva: “o bairro precisa reagir”. Por isso, nada melhor do que a reabertura da instituição que é a segunda casa de centenas de crianças da comunidade local.

Acompanhe
nossas
redes sociais