Vale cobra agilidade e Estado detalha plano de obras

LOGÍSTICA

Vale cobra agilidade e Estado detalha plano de obras

Comitiva da Secretaria dos Transportes e da EGR visitam obra da nova ponte da ERS-130 e condições do acesso às passagens provisórias entre Lajeado e Arroio do Meio

Vale cobra agilidade e Estado detalha plano de obras
Fundações foram feitas no leito do rio e Estado mantém prazo de entrega para março. (Foto: RAFAEL SIMONIS)
Vale do Taquari

A ponte sobre o Rio Forqueta começa a ganhar forma e encoraja o governo do Estado a manter o cronograma de entrega. Em visita à região na manhã de ontem, o secretário dos Transportes, Juvir Costella, adotou um discurso mais comedido sobre os prazos. Diferente de quando afirmava ser possível entregar a obra até o Natal.

“Está tudo correndo bem. O tempo tem colaborado. A empresa reforçou a equipe de operários. Ao que tudo indica, vamos entregar até o dia 29 de março”. O acompanhamento de engenharia e o investimento partem da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR).

“Do dia 29 de novembro, quando ampliamos o prazo, até 29 de dezembro, foram 30 dias bastante úteis. Para se ter uma ideia, naquela primeira visita do secretário, tínhamos três vigas concretadas. Hoje, faltam três para completar o conjunto de 24 estruturas. Todas estarão prontas daqui a uma semana”, destaca o diretor-presidente da EGR, Luiz Fernando Vanacôr.

De acordo com ele, as estacas no leito do rio estão concluídas. “Temos uma ideia de todos os processos. Isso faz com que possamos fazer uma previsão mais certa de cada etapa. Com esse controle, sabemos todas as atividades e o podemos mensurar o tempo de conclusão, o que no início não era possível”, afirma.

A ponte da ERS-130 ruiu em 2 de maio, durante a maior inundação da história do RS. O Estado publicou a licitação, cerca de 28 dias após o episódio. A empresa Engedal venceu a concorrência.

Empresa contratada para reconstrução da ponte sobre o Rio Forqueta tem mais de 40 operários na obra

A nova ponte terá 150 metros de extensão, com duas faixas de rolamento e áreas para pedestres e ciclistas. O investimento supera R$ 14 milhões e o financiamento é por recursos próprios da EGR, provenientes da arrecadação nas praças de pedágio.

Análise regional

A comitiva estadual foi acompanhada por autoridades da região. O prefeito de Arroio do Meio, Sidnei Eckert, destaca a importância da passagem para encerrar com o ciclo de dificuldades para trabalhadores, moradores e empresas. “Toda a região tem uma necessidade urgente por essa reconstrução. Interfere muito na vida das pessoas. Arroio do Meio e Lajeado tem uma relação de proximidade. Temos moradores do nosso município que trabalham em Lajeado e vice-versa.”

Diante do otimismo dos representantes do Estado, Eckert prefere ser mais pragmático. “Na nossa casa, quando vamos fazer uma obra ou uma reforma. Costuma atrasar os prazos. Agora, imagina uma obra dessa complexidade. Estamos na torcida para que seja entregue dia 29 de março. Mas sempre fico com aquela ponta de desconfiança que possa demorar mais.”

No setor produtivo, empresas com sede em Arroio do Meio e também em Encantado, destacam o aumento nos custos dos transportes e a perda de competitividade. A Câmara da Indústria e Comércio (CIC-VT), representante do setor produtivo, cobra do governo do Estado agilidade nas melhorias na infraestrutura rodoviária.

Conforme o presidente da entidade, Angelo Fontana, a ligação é fundamental para o retorno da normalidade logística entre a parte alta do Vale, com os centros consumidores. Empresas como a Baldo, Dália, Fontana, Divine, e toda a cadeia industrial da erva-mate, forças econômicas da microrregião de Encantado, operam com dificuldades devido ao comprometimento das vias de acesso.

Secretário Costella e o diretor da EGR, Vanacôr, vistoriaram andamento da obra na ponte da ERS-130 e trafegaram entre as pontes provisórias entre Lajeado e Estrela. (FOTOS: Filipe Faleiro)

Ponte baixa e do Exército

A EGR iniciou nessa quinta-feira a manuntenção paliativa do acesso às pontes provisórias, entre Lajeado e Estrela. Conforme o diretor-presidente, Luiz Fernando Vanacôr, a ponte baixa (estiva), separou o trânsito e reduziu as filas. “Não podíamos fazer qualquer intervenção. Não tinha como entrar com as máquinas no meio das filas de caminhões”, explica.

De acordo com ele, o trabalho começa com a distribuição de material na pista, em especial nos pontos com buracos e mais íngremes. “Esse trabalho garante uma estrutura mais resistente e com maior conforto para o rolamento”.

Em uma das subidas, os caminhoneiros apelidaram de “estraga caminhão”. O ponto, próximo a duas casas na rua Romeu Júlio Scherer, costuma ter veículos se força para conseguir subir. Devido a irregularidade da estrada, os que trafegam no sentido Arroio do Meio a Lajeado, precisam invadir a pista contrária.

O governo de Lajeado inclusive deixa uma patrola próximo ao local para rebocar caminhões que não conseguem subir. Conforme o servidor que opera a máquina, a média de socorros varia de 10 a 15 caminhões por dia.

O diretor da EGR confirma essa dificuldade. “Aquele é um local muito complicado. Estamos avaliando alguma alternativa para reduzir essa dificuldade. Começamos ontem (quinta-feira) as manutenções. Não podemos fazer uma pavimentação definitiva, pois é um trecho municipal.”

Em cima disso, Vanacôr destaca que a atuação da EGR será feita de maneira rápida. “Vamos trabalhar para dar um pouco de conforto aos motoristas e melhorar o fluxo contínuo entre as duas pontes. Esse será um serviço mantido até a ponte da 130 estar finalizada.”

Mais de R$ 50 mi na ERS-129

Em meio a lista de prioridades em termos de obras em rodovias estaduais na região, listada em documento entregue ao Executivo gaúcho pela CIC-VT, o secretário Juvir Costella afirma que todas estão com os processos em andamento e com recurso garantido. Entre os destaques, a pavimentação de 50 quilômetros da ERS-129, de Estrela até Roca Sales.

“Já temos uma empresa responsável. Serão mais de R$ 50 milhões para fazer uma rodovia nova. Dentro de 90 dias a vencedora da licitação termina o projeto executivo”, diz Costella. A obra começa por Estrela, entre o fim de março e início de abril. “A rodovia será toda recapeada e refeita. É uma obra de resiliência, com encostas, canaletas e infraestrutura. Os recursos investidos serão para obras de excelência, que levarão um ano e meio a dois anos para serem concluídas.”

Como o trecho virou uma alternativa para o fluxo pesado desde a queda da ponte da 130, houve prejuízos ao pavimento, em especial no trecho de sete quilômetros de estrada de chão. “Temos uma empresa que faz a manutenção deste trecho. Antes da enxurrada, tínhamos um tráfego médio de 300 a 400 carros por dia. Sem caminhões, pois usavam a rodovia”, diz o secretário e continua: “depois da enxurrada, a ERS-129 passou a ter um fluxo de cinco até oito mil veículos por dia. A maioria caminhões. Ela não foi projetada para isso. Mas, agora, com o investimento, teremos uma rota preparada e alternativa.”

Demais serviços

Na parte alta do Vale, na microrregião de Encantado, a Secretaria Estadual de Transportes apresentou o plano de investimentos, confira os detalhes:

ERS-332 de Encantado a Soledade

Investimento: R$ 150 milhões
São mais de 100 quilômetros
As obras ocorrem em dois lotes
Empresas definidas, aguardando análise jurídica

Próximos passos:
Assinatura do contrato
Projeto executivo e de engenharia

Execução.
Objetivo: Reformulação completa da rota

Inclui encostas, deslizamentos e contenções. Processo de resiliência com remodelação e revestimento em toda a rodovia

Recapeamentos

  • Trechos de Relvado, Encantado, Ilópolis e Putinga;
  • Início das obras previstas para metade de janeiro;
  • Investimentos pelo Fundo de Reconstrução, para melhoria dos acessos.

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