Pela oitava vez desde 1999, o Brasil descumpriu a meta de inflação, segundo o IBGE. O IPCA fechou 2024 em 4,83%, acima do centro da meta de 3%, que tem tolerância de 1,5 ponto percentual. Este é o terceiro descumprimento nos últimos quatro anos (2021, 2022 e 2024).
Em dezembro, a inflação acelerou para 0,52%, influenciada principalmente pelos grupos Alimentação e Bebidas (1,18%) e Transportes (0,67%). No primeiro destacaram-se as altas das carnes (5,26%), óleo de soja (5,12%) e café moído (4,99%), enquanto limão (-29,82%) e batata-inglesa ( -18,69%) tiveram quedas. A alimentação fora do domicílio subiu 1,19%.
Nos Transportes, houve alta de 20,70% no transporte por aplicativo e 4,54% nas passagens aéreas. Os combustíveis também subiram, com destaque para etanol (1,92%) e diesel (0,97%).
Na Habitação, de acordo com o IBGE, a energia elétrica residencial recuou 3,19%, influenciada pelo retorno, em dezembro, da bandeira tarifária verde, sem cobrança adicional nas contas. Em novembro, estava em vigor a bandeira tarifária amarela, que acrescentava R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos.
A partir de 2025, o regime de metas será contínuo, considerando o descumprimento caso a inflação permaneça fora do intervalo por seis meses seguidos. Analistas projetam IPCA de 5% para este ano, trazendo novos desafios para o Banco Central.