O primeiro episódio de 2025 de “O Segredo da Infância” abordou a temática “Encantado, Cidade Educadora”. O programa, produzido pelo Grupo A Hora em parceria com o Espaço Flores.Ser, de Encantado, contou com a participação da secretária de Educação, Stefanie Casagrande, das coordenadoras das escolas de Ensino Fundamental (EMEF) e de Educação Infantil (EMEI), Lili Teloken e Gabriela Tebaldi da Costa, e da diretora do Espaço Flores.Ser, Raquel Cadore.
A mediação do bate-papo foi da facilitadora de processos de inovação social, Ana Fausta Borghetti. “Não é um tema novo. Ele surgiu na década de 90 em Barcelona e hoje faz parte de discussões no mundo inteiro. Existem vários movimentos com idosos, mulheres, crianças, professores nesse contexto de Cidade Educadora. Os próprios Círculos de Construção de Paz são uma metodologia fundamental para que a gente consiga fazer essa escuta e chegar a alguns acordos de como prosseguir nessa caminhada”, comentou Ana Fausta.
Os recentes projetos desenvolvidos demonstram que o município já traz na sua essência o rótulo de Cidade Educadora, embora ainda busque o reconhecimento oficial por meio do selo da Associação Internacional das Cidades Educadoras, observou a secretária Stefanie. “A gente ainda busca esse selo, mas, na verdade, já fizemos muito. A educação é formada por muitos atores. Existe um ecossistema muito grande que forma a escola. É o aluno, professor, pai, avô, comunidade onde a escola está inserida, empresa que presta serviço. Tudo isso precisa convergir para que se tenha um ensino de qualidade”, explicou. “Enquanto a gente não pensar que todos nós fizemos parte da escola, a gente não vai ter todas as escolas de qualidade. E ser uma Cidade Educadora é pensar que a cidade também educa o nosso aluno, que ela dá condições para que isso aconteça”.
Na prática, segundo Gabriela, as EMEIs proporcionam um movimento de escuta da comunidade, com a participação de pais e famílias, no sentido de olhar para a criança e para o ambiente escolar como um espaço de participação coletiva. “Compartilhamos vivências da família com a escola. Por exemplo, os avós contarem histórias”, afirmou. “Nas turmas dos maiores, as crianças começam a observar os espaços da comunidade e a questionar situações do tipo, ‘Como poderia ser a nossa praça?’ São pequenas ações do dia a dia que vão se unindo e construindo um olhar diferente para a nossa cidade e todos que compõem esse espaço. São as vidas que estão crescendo e que vão moldar e organizar o nosso lugar”.
Lili destacou a implantação do turno integral em três EMEFs e reforçou que a Cidade Educadora transcende as paredes da escola. “Envolve a sociedade como um todo nos projetos escolares”. Na mesma linha, Raquel citou a Ceia Comunitária de Ação de Graças realizada em Encantado no mês de dezembro e as atividades de acolhimento aos professores no período das enchentes como exemplos de atitudes que vão ao encontro de uma sociedade disposta a pertencer a uma Cidade Educadora.
A secretária Stefanie também enalteceu a parceria com o Espaço Flores.Ser na realização de trabalhos de escuta por meio dos círculos. “Tínhamos uma demanda grande de trabalhar inteligência emocional nas escolas e não tínhamos braço para tudo. Começamos com as oficinas das emoções na educação infantil e hoje expandimos até para os anos finais”, contou.