A escola desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento artístico e pessoal da família Zagonel. As aulas ofereceram um ambiente propício para o aprimoramento do ouvido musical e para o fortalecimento das relações sociais, habilidades que se entrelaçaram de maneira harmônica entre seus integrantes.
A jornada da família Zagonel no CEAT teve início com Tiago Zagonel, que ingressou na primeira série do colégio na década de 1980. Foi uma década musicalmente vibrante, e o jovem aproveitou a atmosfera do momento para afinar seu ouvido musical. Além do conteúdo acadêmico tradicional, a música e o esporte marcaram sua trajetória na escola. Embora gostasse das disciplinas de ciências e biologia, foi com o condicionamento adquirido nas aulas de Educação Física que Tiago se tornou campeão sul-brasileiro de motocross. “O César, nosso professor de Educação Física, foi quem me incentivou no esporte”, conta Tiago.
Mas, além das manobras de freestyle, o jovem Zagonel se dedicava também aos instrumentos musicais, sempre ansioso para criar. Na época, vivia a efervescente fase do rock’n’roll gaúcho, tocado nas garagens, e sua banda de juventude fazia questão de embalar os recreios com o som do gênero. “Nossa banda tocava rock”, recorda. Os primos, que também compartilhavam essa paixão, se reuniam durante os intervalos para trocar ideias e canções, cultivando juntos o amor pela música.
A música expande o olhar para aspectos sensíveis da humanidade. O artista permanece atento ao outro, para incrementar letras críticas, de cunho social. Era assim nos anos 1980. Tiago se identificou com a fase e a música nunca mais saiu dele. Nem da família.
O filho, Elias Zagonel, que hoje mora em Goiânia, toca bateria desde os 3 anos de idade. Aos 4 anos, participou do programa do Raul Gil. Tocou junto com o pai em uma banda cristã e foi considerado um baterista prodígio. O fator genético pode ter contribuído para sua aptidão, já que os dois avôs tocavam e o pai também.
Tiago acredita no poder da escola para a formação tradicional, mas também para aflorar os dons artísticos e a formação do caráter. Hoje, Tiago toca na igreja e de Lajeado, observa os passos do filho em Goiânia, evoluindo no cenário musical, contribuindo com bandas sertanejas. “A escola ajuda na liberdade de escolhas”.
Da menina tímida para o estilo “sociável”
A irmã de Tiago Zagonel, Cristine Zagonel Wojahn, ingressou no CEAT na primeira série e permaneceu na instituição até a faculdade. Hoje, aos 44 anos, ela relembra: “Muito do que eu sou hoje está relacionado às vivências da escola.” Fisioterapeuta de formação, Cristine acompanha agora a evolução dos filhos na mesma instituição e se sente satisfeita com o que observa. Sua filha, Lívia, por exemplo, não nasceu tímida, mas foi um desafio para ela superar essa característica durante o ensino fundamental, um obstáculo que, com o tempo, ela soube enfrentar com apoio da escola e da família.
A escola preparou Cristine para a vida profissional, mas não sem antes ela enfrentar um processo de desinibição. “Fui tímida, resistia até para levantar o dedo e perguntar”, lembra. Com o tempo, sua introversão deu lugar à socialização, à medida que ela se inseria em diferentes grupos. Os amigos tiveram um papel importante nesse processo, ajudando-a a se soltar e a começar a participar ativamente nas aulas, questionando, conversando e interagindo. Essa fase se revelou essencial para o seu crescimento nas habilidades sociais. “Hoje, consigo me relacionar bem com diversos públicos, e essa evolução foi fundamental para me posicionar na profissão”, afirma Cristine, reconhecendo a importância da escola em sua trajetória.
As conexões criadas no colégio continuaram na fase adulta. Em 2023, a turma de Cristine promoveu o encontro de 25 anos de formandos, visitou o colégio e reafirmou os laços. “Um momento importante”, enfatiza.
Educação: o alicerce para um mundo mais humano e justo
Cristine matriculou os filhos pensando nos diferentes benefícios que uma escola pode garantir à uma criança: não só o financeiro, nem só o intelectual, nem só notas altas para o vestibular. Na escola em que ela foi feliz, a ideia é que os filhos se comprometam a estudar os conteúdos de aula. Mas também se alegrem vivendo o percurso da viagem das oitavas, sentindo o prazer de competir na gincana e aprimorem-se nas atividades extracurriculares. “Fizemos todos os esforços possíveis para inseri-los na escola desde os quatro meses de idade”, informa.
O pátio, os ginásios, as quadras e as áreas verdes do colégio tiveram grande impacto na decisão de Cristine. “Moramos em apartamento, e a infraestrutura do colégio é uma parte muito importante. Lá, eles têm acesso à natureza, à área externa e ao pátio”, explica. A ideia foi oferecer aos filhos a liberdade de brincar, garantir uma formação integral e possibilitar o convívio sem conflitos. Cristine acredita que a escola é o primeiro passo para construir um mundo mais gentil. Para ela, professores que ensinam a cultivar a sensibilidade preparam os alunos não só para perceber o outro, mas também para um futuro em que a humanidade e a solidariedade sejam valores essenciais. “A educação é o alicerce que norteia as relações, mas também dá acesso à empatia e ao respeito às diferenças”, afirma a fisioterapeuta, destacando a importância desses princípios na formação de cidadãos conscientes e solidários.
A filha Lívia Wojahn, aos 12 anos, se empenha na prática de vôlei e nas aulas de alemão. Nos intervalos, a conversa entre amigos faz o tempo passar rápido. Às sextas-feiras, a classe se reúne para almoçar juntos, fortalecendo o vínculo. Amizades que ela levará adiante, no futuro. Livia acompanha o irmão Matias, à escola. Com 7 anos, ele iniciou recentemente a jornada escolar e já está evoluindo musicalmente, nas aulas da professora Fabiana Hunecke.
A música, para a Família Zagonel e Wojahn, facilita a aprendizagem. E quando estimulada em uma escola com instrumentos, professores e estrutura, comunica ao mundo o seu poder.