“Pandemia e as catástrofes climáticas acentuaram nossas fragilidades”

ABRE ASPAS

“Pandemia e as catástrofes climáticas acentuaram nossas fragilidades”

Natural de Roca Sales, Carmem Moraes, 46, é professora há 27 anos e atua, há quatro, nos círculos de construção de paz. Com uma trajetória marcada pela dedicação à educação e à formação humana, Carmem tem contribuído de maneira significativa para o desenvolvimento das habilidades socioemocionais dos alunos, especialmente através do espaço FloreSer. A profissional da educação compartilha os desafios e as motivações que a levam a continuar trabalhando pela valorização da singularidade e pela promoção de um ambiente escolar mais acolhedor e transformador.

“Pandemia e as catástrofes climáticas acentuaram nossas fragilidades”
Foto: arquivo pessoal

Como surgiu o convite para auxiliar nos círculos de construção de paz?
Fiz o curso com Tânia Fröhlich Rodrigues do Pacto pela Paz de Lajeado no colégio Ceat Região Alta, após fiz outro curso com Raquel Cadore e fui convidada para atuar na área. Também fiz em 2024 o curso com Key Pranis, a mestre americana que criou a metodologia.

Que projetos são trabalhados pelo espaço FloreSer nas escolas?
Nas escolas são trabalhados os círculos de construção de paz e as habilidades sócio emocionais, ambos dentro do componente curricular de ensino religioso.

Como é atuar nas escolas hoje em dia?
Atuar hoje nas escolas não é nada fácil, é desafiador, mas uma grande aventura humana. Nossas crianças e adolescente precisam de estímulos e que lutemos para que façam boas escolhas e consigam priorizar a aquisição de bens cognitivos, simbólicos e que estejam atentos a sua saúde mental e emocional.

Notou alguma diferença no mental da juventude de uns anos para cá?
A Pandemia e as catástrofes climáticas acentuaram nossas fragilidades. Ser acolhido e trabalhar nossas emoções se faz extremamente necessário, ressaltar a beleza da essência singular de cada criança e adolescente é uma tarefa desafiadora, mas gratificante. Todos somos singulares e merecemos respeito, acolhida e olhar atento.

O que mais te motiva a continuar atuando como orientadora?
O que mais me motiva é pensar que posso fazer a diferença com atitudes simples e de escuta atenta. Ressaltar a importância da nossa singularidade no coletivo e que o julgamento de nossas escolhas e histórias cabe aos outros. Nos cabe seguir e buscar ser do bem e respeitar nossa essência e nossos propósitos.

O que mais te marcou nos círculos de construção de paz?
O que mais me marcou foi de como uma metodologia tão antiga de povos originários se mostra poderosa em nosso momento contemporâneo. Apesar de tamanhas tecnologias ainda olhar olho no olho, sentir-se acolhido, ser escutado e ser respeitado em um círculo nos coloca em diálogos horizontais que acalmam e acalentam nossa existência. Após o término de uma prática circular, uma criança ou adolescente vir te abraçar ou simplesmente sair lhe retribuindo com um sorriso de que foi muito bom, se faz emocionante em minha vida, me traz muito significado para minha existência, me toca profundamente e desperta memórias da minha própria trajetória nas quais fui tocada por pessoas muito especiais.

Acompanhe
nossas
redes sociais