Após um ano de desafios, as cooperativas de crédito do Vale do Taquari avaliam 2024 como um ano marcado pela resiliência depois das enchentes. Ainda, projetam 2025 como favorável ao desenvolvimento regional. Mão de obra e mercado de trabalho estão entre os principais desafios. Assim como a alta taxa do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic).
As cooperativas de crédito citam o último ano como um período de adaptação, apoio aos associados e, apesar dos desafios, de crescimento acima das expectativas. “É inevitável falar sobre o que a nossa região passou, e isso naturalmente impacta nos negócios. Mas temos que ressaltar a resiliência, com um movimento de reconstrução acontecendo em uma velocidade muito maior do que poderia ser previsto”, destaca o diretor de operações da Unicred, Daniel Haas.
Em 2025, a cooperativa comemora 30 anos de atuação, marcados por crescimento e expansão. “2024 foi um ano de crescimento acima da média, apesar das incertezas econômicas. Iniciamos o ano com a expectativa de uma Selic em 9,5% e vamos fechá-lo em 12,25%, o que muda muito
a dinâmica financeira. Mesmo assim, conseguimos resultados muito positivos”, conclui.
Entre desafios
Fabricio Diedrich, diretor de negócios da Sicredi Integração RS/MG, reforça o papel do cooperativismo em momentos de crise. “A enchente transformou o nosso Vale, mas mostrou a pujança do nosso povo. O cooperativismo cuida das pessoas. Ajudamos cada associado de forma individual”
Para o profissional, 2024 foi o ano da ajuda, e da adaptação para o crescimento. Ele ressalta o auxílio prestado aos associados durante o período mais crítico das enchentes. “Tínhamos R$ 60 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o Vale, e emprestamos R$ 314 milhões, porque contando com a ajuda de todas as agências do país”.
Para 2025, Diedrich aponta a alta taxa Selic como um fator desafiador. “Uma Selic alta é desconfortável, mas trabalhamos com crédito consciente, que cabe no bolso do cliente. Nossa meta é continuar apoiando os associados e enfrentando os desafios econômicos com naturalidade”, avalia. Ele também destaca a necessidade crescente de mão de obra qualificada na região, especialmente na construção civil.
Foco no associado
O ano também foi de superação e crescimento para a Cresol. Diego Appel, gerente da agência de Lajeado, relembra os desafios enfrentados após as enchentes que atingiram, inclusive, a unidade de Estrela da cooperativa. “Tivemos que realocar equipes, atender em salas provisórias e trabalhar com taxas especiais para não prejudicar os associados atingidos”, explica. Ele reforça a necessidade de olhar para o interno das empresas nos momentos de crise, para depois possibilitar a recuperação.
Appel destaca que a Cresol segue em crescimento, com mais agências previstas para 2025 e a marca de um milhão de associados a nível nacional. “O Vale é forte economicamente, e sabemos que há espaço para todos. Nosso foco está em atender as necessidades dos associados com um olhar humano e promover um crescimento contínuo”. Ele também aponta que a rotatividade de mão de obra é um desafio para a região, apesar das boas oportunidades oferecidas.