A experiência do desfralde

o segredo da infância

A experiência do desfralde

A experiência do desfralde
Diretora Ana Paula, Ana Fausta e professoras Daniela e Adriele (Foto: Diogo Fedrizzi)

O 11º episódio de “O Segredo da Infância” trouxe o tema “A importância da participação da família nas conquistas das crianças: a experiência do desfralde”. O programa produzido pela Grupo A Hora em parceria com o Espaço Flores.Ser recebeu, no estúdio em Encantado, integrantes da equipe da Escola de Educação Infantil Imigrante. O educandário encantadense tem capacidade para atender até 93 crianças das turmas Berçário e Maternal A e B.

Participaram do bate-papo a diretora Ana Paula Montagna e as professoras Daniela de Oliveira Borella e Adriele de Borba, com a mediação da facilitadora de processos de inovação social, Ana Fausta Borghetti.

“Uma das questões que a gente conversa em grupo é a relação família e escola. E cada vez mais, com o mundo do trabalho, os pais ficam distantes das conquistas das crianças. Muitas vezes são os professores que acompanham o desfralde, a primeira comida, os primeiros passinhos. Entendemos que é fundamental não só para a criança, mas também para a família ter esse sentimento de pertencimento nas conquistas das crianças”, salientou Ana Fausta.

Para a diretora Ana Paula é um orgulho para a equipe poder compartilhar um projeto de sucesso como foi o desfralde. “Foi uma evolução muito linda, em que as professoras se juntaram e projetaram algo desde o início do ano. Foram 12 meses de atividades. O que mais impactou foi o fato de os pais serem os autores das ações”, afirmou.

A professora Daniela explicou que a escola, por um período, trabalhou o desfralde de maneira coletiva, com até seis crianças ao mesmo tempo. “Percebemos que não estava dando muito certo. Além de nós sermos protagonistas do desfralde, ficava um tumulto em sala de aula, com choro e nervosismo. Porque um fez o xixi num cantinho, outro fez o coco no cantinho. A gente não dava conta e não conseguia acolher todos ao mesmo tempo”, lembrou.

A partir de então, foi feita a mudança e o desfralde passou a ser de um aluno por vez, com envolvimento direto dos pais. “Chamamos os pais, explicamos a eles o que iríamos fazer. Todas as ações eram em equipe, família e escola. O que a gente queria era que os pais também se tornassem os protagonistas da primeira tentativa do filho de desfralde”, acrescentou Daniela.

Conforme a professora, o processo sempre inicia na sexta-feira, quando a criança sai da escolinha e os pais têm a primeira conversa com o filho em casa. “Quem vai ter a ruptura de tirar a fralda vai ser a mamãe e o papai. Isso traz uma segurança para os pais e a criança”. A atividade tem continuidade no sábado e domingo e, na segunda-feira, as professoras seguem na escola. “As crianças falam, “profe, a mamãe e o papai começaram, vamos continuar?’”.

Daniela reforçou que o desfralde individual é feito sem pressa, cada aluno no seu tempo, observando a faixa etária e o tempo de desenvolvimento de cada um. “Como eles estão maduros para isso e aceitando, o tempo de desfralde é de no máximo seis dias. Por ser individual, o aluno é monitorado o tempo inteiro. Então, a gente percebe os sinais de quando ele quer ir ao banheiro. Só depois, seguimos para a próxima criança”, relatou.

A professora Adriele contou que a volta das crianças à escola após o fim de semana de desfralde em casa repercute positivamente entre os colegas. “Na segunda-feira, quando eles chegam de cuequinha ou calcinha e a gente faz a roda da conversa, eles comentam: ‘olha, o fulano hoje vai usar o banheiro com os outros coleguinhas’. Eles ficam numa alegria contagiante. Tipo, ‘o meu colega estava indo ao banheiro, agora eu também vou conseguir’. ‘Começou em casa com meu papai e minha mamãe e hoje eu vou com a profe.’ É fantástico ver essa conquista deles e como eles ficam felizes”, disse.

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