Ter comandos de órgãos públicos de segurança menos dependentes de outras regionais, modernizar as estruturas existentes e criar a primeira central de Defesa Civil no interior do RS. Essas são algumas das estratégias para serem implementadas em 2025 no Vale do Taquari.
“O senso de urgência depois das tragédias dentro dos poderes públicos e a percepção de oportunidade por parte das organizações regionais tornaram muitas das nossas reivindicações como algo importante”, destaca a presidente do Conselho de Desenvolvimento (Codevat), Cintia Agostini.
De acordo com ela, dentro do planejamento regional, estão diversas estruturas e investimentos previstos faz pelo menos dez anos. Alguns confirmados para 2025, como é o caso do primeiro Centro Regional de Defesa Civil, da ampliação do sistema de monitoramento regional no Centro de Controle Integrado (no 22º Batalhão da Brigada Militar, em Lajeado), e a nova Central da Polícia Civil.
Outros em andamento, como a instalação do Comando Regional dos Bombeiros e a construção da regional do Instituto-Geral de Perícias (IGP). Essa última, considerada pela presidente do Codevat como a mais distante de acontecer. “Vamos insistir, hoje temos um médico-legista na região. Quando é preciso, vem servidores de Porto Alegre, de Santa Cruz do Sul ou de Caxias. As catástrofes climáticas mostraram como o instituto precisa de reforço. Não podemos desistir”, realça Cintia.
Opinião diferente do prefeito de Lajeado Marcelo Caumo. “Com a Central de Polícia no bairro São Cristóvão, apresentamos a possibilidade de construir a unidade do IGP ao lado, e tornar aquele espaço um complexo de segurança. O projeto foi bem aceito pelo comando. Agora é manter o assunto em pauta e pressionar para sair.”
Mais efetivo
Entre os órgãos de segurança, também avançam conversas com o governo estadual para reforço nos efetivos. “Ter comandos regionais, com conhecimento sobre nossas particularidades é muito importante. Porém, não pode ser só para oficiais, é preciso também reforçar o agente que atende na rua”, frisa o prefeito Marcelo Caumo.
O caso mais latente está nos bombeiros. Além de Lajeado, os quartéis ficam em Estrela, Encantado, Taquari e Venâncio Aires. São pouco mais de 100 bombeiros distribuídos nestas unidades. O comando das operações parte do batalhão de Santa Cruz do Sul.
O assunto foi apresentado em reuniões com os comandos geral dos bombeiros e da BM. Também foi debatido com o vice-governador, Gabriel Souza. “É uma decisão política. Precisamos da regionalização de todos os serviços de urgência”, frisa Caumo.
Os números das ocorrências desde 2023 apresentam aumento expressivo, em especial devido às intempéries climáticas. Entre os principais ao longo do ano passado até metade de 2024, estão o temporal de janeiro e as grandes inundações de setembro, novembro e maio. Foram mais de 1,4 mil na companhia de Lajeado, responsável pelo atendimento em 13 municípios.
Em termos de RS, até 2017, os bombeiros militares atendiam em média 101 ocorrências por dia. Hoje, são mais de 315/dia. Na análise do comando, essa elevação tem como causa acontecimentos de ordem climática e pressiona a corporação.