Fortalecer o associativismo para ajudar nas decisões sobre temas estruturantes, desenvolver práticas voltadas à formação e requalificação de profissionais e participar dos grandes debates para melhoria da infraestrutura regional. Nestes três assuntos estão os pilares de gestão da Câmara da Indústria e Comércio (CIC-VT).
“Começamos o ano com o desafio de mostrar ao Estado e ao país a necessidade de ajudar o Vale do Taquari após as inundações de setembro e de novembro. Depois, veio maio, e todos entenderam as dificuldades que estávamos passando”, ressalta o presidente, Angelo Fontana.
A estratégia de dividir as funções dentro da diretoria, com uma vertente voltada ao envolvimento político, com presença constante nas reuniões em Porto Alegre, tanto nas federações, como na Federasul e na Fiergs, quanto no Legislativo e no Palácio do Governo, e outra, de alcance regional, voltadas a interpretar movimentos e necessidades locais, contribuiu para garantir visibilidade e informações sobre ao Vale.
“No ano, em que pese todos os desafios, conseguimos nos manter representativos. Com as cheias, o Vale se tornou centro das atenções, e isso trouxe protagonismo para a CIC-VT. Conseguimos assumir posições importantes, como a vice-presidência regional da Fiergs e assentos em conselhos estratégicos”, destaca Fontana.
Como resultado, acredita, houve reflexo nas doações. “A CIC movimentou cerca de R$ 6 milhões em doações, como nos projetos de dez pontes para a região. Isso sem onerar nenhuma das 19 associadas.”
Falta de mão de obra qualificada
Fontana aponta a falta de qualificação profissional como um problema crítico, intensificado pela crise social gerada pelas cheias. “Precisamos redescobrir como engajar os jovens. Não basta oferecer cursos técnicos se não houver estímulo cultural e estrutura de ensino”, analisa.
Iniciativas como bolsas integrais em escolas profissionalizantes da região foram possíveis graças às parcerias entre o setor produtivo e instituições de ensino. No entanto, a adesão ainda é baixa. “Oferecemos oportunidades, mas muitos não comparecem ou não conseguem concluir. É um desafio que exige mudança cultural e investimentos estruturais”, afirma.
União regional e metas para 2025
Para 2025, Fontana defende maior cooperação entre entidades, poder público e sociedade. Além disso, a CIC-VT adverte para a representatividade política da região.
“Dividimos nossos votos. Deputados de outras regiões conseguem apoios em câmaras de vereadores, por exemplo, e isso nos enfraquece, pois nossas pautas não se tornam recorrentes nos centros de poder. Temos potencial, mas precisamos superar egos e pensar no coletivo”.