Depois de sete anos, Lajeado volta a registrar casos de coqueluche. A secretaria de saúde confirmou quatro casos da doença no início do mês e descartou outros oito suspeitos. Os pacientes têm 29, 30, 33 e 57 anos, todos da mesma família. Profissionais da saúde alertam para o cuidado no contágio e incentivam a vacinação, mas acreditam que a doença esteja controlada.
O principal sintoma apresentado pelos pacientes no município foi tosse prolongada com aumento de intensidade e frequência, seguida de vômito. Segundo a coordenadora da vigilância epidemiológica do município, Juliana Demarchi, a coqueluche é uma doença endêmica com picos de casos de tempos em tempos. O último caso notificado foi em 2017.
Segundo a profissional, a contaminação se dá de pessoa a pessoa, através de tosse, espirro e gotículas respiratórias. “A melhor ferramenta para prevenção é manter boas coberturas vacinais, visto que a coqueluche é uma doença imunoprevenível e a vacina está disponível em todas as salas de vacinação do município”, reforça. O imunizante é encontrado no Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com a especialista em saúde da vigilância epidemiológica da 16ª CRS, Susane Schossler Fick, a região notificou 22 casos suspeitos em 2024. Além de Lajeado, um caso também foi confirmado em Teutônia, em outubro. No Vale, os casos diminuíram ao longo dos anos, com casos mais expressivos em 2013 e 2017, em diferentes municípios.
Sobre a doença
A coqueluche é uma infecção contagiosa que afeta as vias respiratórias que levam o ar até os pulmões. Ela também é chamada de “tosse convulsa”, porque um dos principais sintomas é que a tosse sai com um som diferente, similar a um assobio.
A coqueluche em bebês é muito comum e altamente contagiosa. Para impedir que crianças desenvolvam a condição, é preciso garantir que a vacina da coqueluche seja aplicada aos pacientes ainda nos dois primeiros anos de vida.
Adultos também podem desenvolver a doença, mas idosos e crianças fazem parte do grupo de risco, podendo desenvolver complicações pulmonares, como pneumonia e parada respiratória.
Fases
A doença é causada pela bactéria Bordetella pertussis que, quando inalada, coloniza as vias respiratórias, causando sintomas semelhantes aos de um resfriado comum, que podem evoluir para tosse intensa e convulsiva.
Os sintomas podem persistir durante várias semanas e é dividida em duas fases, com sintomas progressivos que passam a diminuir aos poucos, até a recuperação.
Na fase inicial da doença, denominada estágio catarral, os sintomas podem ser similares aos da gripe. A fase secundária é chamada de estágio paroxístico, quando a tosse seca piora e surgem outros sintomas. Já a fase de convalescença pode fazer com que os sintomas durem por semanas ou até meses.
Repouso e hidratação
Uma vez diagnosticado, o paciente deve ficar em isolamento, até cinco dias após o início do tratamento, para evitar que outras pessoas desenvolvam a doença. O tratamento é feito por meio de medicamentos como antibióticos, que aliviam os sintomas e a tosse constante, e do uso de oxigênio para tratar a falta de ar quando necessário. Segundo especialistas, xaropes e medicamentos indicados contra a gripe não têm efeito nos pacientes com coqueluche. O repouso é indicado, assim como a hidratação.
Saiba mais
– A coqueluche é uma infecção contagiosa que afeta as vias r ulmões;
– Também é chamada de “tosse convulsa”, porque um dos principais sintomas é que a tosse sai com um som diferente, similar a um assobio;
– A coqueluche é transmitida por meio de gotículas de saliva expelidas ao tossir, espirrar ou falar. A transmissão pode ocorrer também por objetos contaminados. A coqueluche é mais contagiosa até cerca de três semanas após o início da tosse;
– O tratamento é feito com antibióticos, como azitromicina ou claritromicina;
– A vacina contra a coqueluche é indicada para crianças, gestantes, profissionais de saúde e parteiras tradicionais. A imunidade não é permanente e a proteção pode ser pouca ou inexistente após 5 a 10 anos da última dose;
– A coqueluche é mais séria em crianças com menos de 2 anos, e quase todas as mortes ocorrem em crianças com menos de 1 ano;
– Adultos também podem desenvolver a doença. Idosos e crianças fazem parte do grupo de risco.
Sintomas:
– Tosse com silvo, que ocorre em acessos e de forma continuada;
– Acessos de tosse, que podem fazer com que o paciente não consiga respirar entre uma tosse e outra;
– Quando o paciente tenta respirar fundo, pode guinchar ou emitir sons que denotam dificuldade;
– Coriza;
– Febre;
– Mal-estar;
– Falta de ar;
– Cansaço extremo;
– Vômitos causados pelo esforço durante os acessos de tosse
– Lábios e extremidades azulados por causa da falta de ar