O modelo do free flow é um prato cheio para discursos – e ofícios – politiqueiros, análises superficiais e manchetes atemorizantes. E isso já era previsto muito antes dos líderes regionais reivindicarem o sistema ao Estado. Mas é preciso calma, pessoal. Muita calma. Já escrevi e reforço: o sistema de cobrança de pedágio automático e sem cancelas é novidade no Rio Grande do Sul, mas já é uma realidade sustentável em países que costumeiramente estão à frente em termos de inovação e qualidade de vida. É a forma mais justa de cobrança por quilômetro rodado, sim, desde que os valores não extrapolem a realidade financeira de quem trafega pelas rodovias. E é a forma mais prática de “democratizar” a cobrança.
Ou seja, e com a distribuição dos pórticos em mais pontos das rodovias, os motoristas que hoje transitam de forma rotineira nos extensos trechos entre as atuais praças de cobrança (e gastam asfalto, recebem atendimentos das concessionárias e não pagam pedágio) também terão de pagar. Com isso, e em tese, a arrecadação aumenta, as tarifas reduzem nos trechos mais movimentados e, por fim, a concessionária terá condições de investir mais de R$ 6 bilhões para melhorar a nossa mobilidade e garantir muito mais segurança viária e competitividade econômica ao Vale do Taquari. Por tudo isso, o desafio regional é lutar pela aplicação plena desta tese por parte do governo estadual. Com muita inteligência, coletividade, autonomia e lucidez.
“Oxigenação do Consisa”
Prefeito eleito em Encantado, Jonas Calvi (PSDB) abriu mão de concorrer e, com isso, o caminho ficou livre para o prefeito reeleito de Imigrante, Germano Stevens (MDB), assumir a presidência do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Taquari (Consisa). E os debates internos dos futuros prefeitos associados apontam para uma necessidade: a oxigenação desta importante ferramenta de desenvolvimento regional. Há quem veja outras potencialidades para o Consisa, e há quem também defenda novos atores na linha de frente e nas linhas intermediárias. Aguardemos!
Afinal, o que fazer com a antiga sede do Daer?
O governo de Lajeado já esteve muito mais convicto acerca do destino do antigo e valioso imóvel do Daer, na Av. Benjamin Constant, hoje incorporado ao patrimônio público municipal. A ideia inicial era repassar (por meio de licitação, permuta ou outra forma de parceria público-privada) ao setor privado e, em troca, receber obras públicas de real interesse coletivo. Entretanto, e muito em função da demora na troca das chaves entre Executivo lajeadense e direção da autarquia, o tempo deu margem para outras tantas sugestões para o nobre espaço. E a decisão que cabia a Marcelo Caumo (PP) passa a ser da sucessora Gláucia Schumacher (PP).
M & M em 2026?
Marcelo Caumo (PP), ainda prefeito de Lajeado, e Maneco Hassen (PT), ex-prefeito de Taquari e ex-presidente da Famurs, são os nomes mais bem cotados para o pleito geral de 2026. Ambos já afirmaram publicamente a intenção de concorrerem a deputado federal e estadual, respectivamente. Um é de direita, o outro é de esquerda. E ambos possuem um respeitável capital eleitoral. Paralelo a isso, claro, outros nomes são cogitados nos bastidores para o disputado pleito. Entre eles, Rafael Mallmann (UB), José Scorsatto (PDT) e Carlos Ranzi (MDB).
TIRO CURTO
– Deputado estadual em primeiro mandato, Edivilson Brum (MDB) estaria cotado para assumir a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do RS. Mas ele mesmo considera “pouco provável” assumir a vaga de Clair Kuhn.
– Atual vice-prefeito de Taquari, Ramon de Jesus (PT) foi adversário do atual prefeito na eleição. Perdeu a disputa e, obviamente, não permanece no cargo em 2025. Muito em função disso, Ramon foi convidado por Maneco Hassen (PT) e vai integrar a equipe da Casa do Governo no RS.
– Vereador mais votado na história de Lajeado, Vavá (MDB) colocou o nome à disposição para ser o próximo presidente da câmara. E uma das bandeiras dele será a construção da sede própria do Legislativo. No entanto, o PP não pretende dar chances à oposição em 2025.
– Além dos prefeitos eleitos ou reeleitos de Travesseiro, Cruzeiro do Sul, Santa Clara do Sul, Marques de Souza e Teutônia, o futuro gestor de Capitão, Márcio André da Costa (MDB), o popular “Maninho”, também vai contar com a presença da esposa no alto escalão da gestão municipal. Nesta semana, ele anunciou Elizete Fachini como a próxima Secretária de Assistência Social.
– Um dos destaques desta semana foi a visita da atriz australiana Cate Blanchett ao Vale do Taquari. Vencedora de dois prêmios Oscar e integrante de uma agência da ONU direcionada a refugiados, ela veio conferir a situação do Estado após as enchentes e, por tabela, recolocou a região em diversos veículos de comunicação que, por um motivo ou outro, haviam esquecido as nossas dores diárias.
“Perimetral Darci Corbellini”
O vereador Sérgio Kniphoff (PT) protocolou projeto de lei para renomear a chamada “Avenida Perimetral Turística Taquari-Forqueta”, que compreende a Rua Pedro Ruschel Sobrinho e a Av. Rio Grande Norte, entre os bairros Carneiros, Universitário e – futuramente – Campestre e Igrejinha. A proposta é chamar o anel viário de “Avenida Perimetral Darci José Corbellini”, em homenagem ao ex-prefeito de Lajeado (ocupou o cargo de 1969 a 1973 e de 1977 a 1983) e ex-suplente de deputado estadual, morto em 23 de outubro de 2020, aos 85 anos. E, além da homenagem, o governo municipal (e entidades interessadas) precisam pensar em formas de garantir a conexão das vias e a posterior pavimentação da perimetral. Aliás, o projeto original é antigo.