Os líderes regionais lutaram pelo modelo free flow, o inovador sistema de pedágio sem cancelas e com cobrança automática. Diante disso, e também de um processo judicial iniciado na região alta, o governo estadual recuou da proposta original, atendeu à reivindicação regional pelo novo sistema, e ontem apresentou a modelagem para a concessão do chamado “bloco 2” das rodovias estaduais. E a primeira impressão da comunidade não foi das melhores.
Afinal, muitos usuários que não costumavam pagar pedágio em deslocamentos de rotina entre cidades também terão que contribuir para a manutenção das vias e futuras ampliações e/ou duplicações. E o que pode parecer injusto para alguns é justíssimo com quem já paga nos dias atuais. Democratizar a cobrança e cobrar por trecho percorrido é uma realidade em países mais desenvolvidos. Um caminho sem volta no mundo.
Mas é uma novidade ao RS. E, assim como toda e qualquer novidade, é preciso calma para digerir as informações, debater alternativas para reduzir tarifas e, acima de tudo, escolher o melhor para todo o Vale do Taquari. Para isso, teremos audiências públicas e dezenas de futuros encontros com representantes do Vale e do Estado. Tudo com muita calma, reforço. E sem novas rupturas.
“Capeluppi é uma ‘mosca branca’”
Secretário Estadual de Reconstrução, Pedro Capeluppi também é o responsável pelos diálogos referentes aos processos de concessão de rodovias gaúchas. Ele esteve na sede da ValeLog na manhã de quarta-feira para debater com líderes do Vale do Taquari a modelagem do bloco 2. E, de acordo com o presidente da ValeLog, Adelar Steffler, o agente do governo estadual tem sido muito solícito e aberto ao diálogo com a nossa região. “Ele é como uma ‘mosca branca’”, afirma Steffler. A expressão é usada para se referir a algo difícil de encontrar, ou seja, algo raro e auspicioso.
Ainda sobre a concessão…
Além de garantir o free flow e mais de R$ 6 bilhões para as rodovias estaduais do Vale do Taquari, o grupo de trabalho responsável pelas negociações com o governo estadual também conquistou a garantia de que a ERS-332 também poderá ser incluída na futura concessão. O Estado também se comprometeu a criar um Conselho de Usuários, semelhante ao modelo original da EGR.
PSDB defende campanha de Jô Cardoso
O PSDB de Encantado emitiu uma nota oficial para apresentar a posição do partido sobre o pedido de cassação da candidata eleita Joanete Cardoso (PSDB) – a popular “Jô” –, protocolado pelo Ministério Público Eleitoral, por meio da promotora de justiça Daniela Pires Schwab. O documento da sigla é assinado pelo presidente Rogério Conzatti. De acordo com o comunicado, o partido salienta que Jô – a segunda mais votada no pleito municipal, com 822 votos – apresentou a prestação de contas no prazo determinado pela Justiça Eleitoral.
No entanto, a emissão de notas fiscais de combustível, utilizada em veículo próprio durante a campanha, foi apontada como o motivo da suposta irregularidade. “Trata-se de um equívoco que gerou uma suposta divergência na prestação de contas, mas será devidamente esclarecida”, afirma Conzatti.
Além disso, o partido sustenta que o consumo de combustível registrado é compatível com os deslocamentos realizados pela candidata.
O MP rechaça. Para o PSDB, o pedido de cassação é desproporcional e desconsidera a natureza da irregularidade alegada. “A candidata já foi penalizada com multa eleitoral, devidamente quitada. Não houve má-fé nem prejuízo ao processo eleitoral”, destaca a nota. O partido reforçou a confiança na Justiça Eleitoral para que o caso seja avaliado com imparcialidade.
“Seguiremos acompanhando o processo com responsabilidade e compromisso com a transparência”, concluiu o comunicado. O MPE aponta inconsistências na prestação de contas e pede a cassação da diplomação da candidata eleita. O que não impediu a diplomação da vereadora nessa quarta-feira, em um evento com a presença da própria promotora (ao fundo na foto).
TIRO CURTO
– Após insinuar que o governo de Lajeado teria envolvimento na morte de animais domésticos abandonados, a vereadora Ana da Apama (PP) tem o dever moral de detalhar as informações levadas ao plenário da câmara. Afinal, e se comprovada a situação, é um fato gravíssimo.
– Faltam menos de duas semanas para as próximas legislaturas e, por ora, são poucas câmaras de vereadores com as Mesas Diretoras minimamente pré-definidas. Em contrapartida, sobram disputas internas nos partidos que possuem maioria nos plenários.
– O governo federal anunciou o popular “seis por meia dúzia” ao extinguir a Secretaria de Reconstrução do RS e criar a Casa de Governo no RS, que será extinta em maio. E, para a sorte do Vale do Taquari, manteve o mesmo coordenador à frente da “novidade”: Maneco Hassen (PT).