Há alguns dias relatamos, no jornal, o drama enfrentado por motoristas que utilizam a Rodovia Aleixo Rocha, principal acesso à área central de Taquari. O trecho da ERS-436, entre a RSC-287 e o trevo principal da cidade, é alvo de críticas há tempos. Mas, de vez em quando, aparecem algumas máquinas. Tapam uns buracos ali, outros aqui. E fica por isso mesmo.
Poderia estar falando de um trabalho feito no começo de 2022, mas me refiro a operação mais recente do Daer no trecho, semana passada. Os reparos emergenciais foram executados após reunião do prefeito André Brito com o secretário de Logística e Transportes, Juvir Costella, representantes da autarquia e deputados. Problema resolvido? Longe disso.
As imagens enviadas por leitores mostram que continua difícil trafegar pela rodovia. Taparam buracos. Mas, em pontos onde as máquinas jogaram material, surgiram ondulações. Os desníveis, em alguns locais, são tão perigosos quanto. A sinalização continua precária. Imagina em dias de chuva, à noite? Mesmo quem conhece muito bem a estrada precisa redobrar a atenção.
O descaso com a Aleixo Rocha não vem de hoje. Sabemos das dificuldades financeiras do Estado, bem como do excesso de demandas após a enchente de maio. Mas é preciso um olhar mais cuidadoso com o principal acesso a uma importante e histórica cidade da região. A municipalização, defendida em outras ocasiões, pode ser uma saída. Só que não depende apenas do município. E a população está cansada de esperar…
Aliás
Precisou o Ministério Público ajuizar ação contra Estado e Daer para que fosse determinada uma operação tapa-buracos “urgente” na rodovia. Nessa medida, o governo gaúcho foi ágil. Afinal, a qualquer momento a Justiça poderia aceitar o pedido do promotor por intervenção na estrada, sob pena de multa diária.
Vale lembrar que todo esse processo decorre de um procedimento instaurado pelo MP em 2022 (!). São centenas de páginas que embasam os pedidos da promotoria por uma solução concreta à rodovia. Solução essa nunca apresentada. Uma sucessão de respostas vagas e ações paliativas.
2026 é logo ali
Estamos em dezembro de 2024. O próximo ano será crucial para o Vale se planejar ao pleito de 2026, onde, mais uma vez, tentaremos eleger representantes legítimos aos parlamentos. Mas estamos prontos? Há alguma estratégia dos partidos, dos líderes partidários, das entidades e da sociedade para que a região tenha candidatos preparados e com chance de êxito nas urnas? A resposta, hoje, me parece óbvia: não.
Ainda dá tempo de mudar isso. Só não pode deixar para a última hora. Do contrário, o filme de anos anteriores vai se repetir: festival de emendas parlamentes, deputados fidelizando suas bases e, na hora H, dezenas de candidaturas locais, muitas apenas para fechar a nominata das legendas. E o resultado disso vocês sabem qual é. Mais quatro anos sem deputados do Vale.