O grupo de trabalho da Câmara da Indústria e Comércio (CIC-VT) apoia a proposta do governo do Estado para o modelo de concessões do Bloco 2, apresentado na quarta-feira, 18. “O parecer do nosso grupo técnico de técnicos da região, que trabalha nesse plano há muitos anos, é positivo para a proposta. Ainda precisam ser realizados alguns ajustes, mas ficamos muito satisfeitos com o que o governo do Estado nos apresentou”, afirma o presidente da Valelog e vice-presidente da CIC-VT, Adelar Steffler.
A proposta apresentada visa implementar o sistema de cobrança por fluxo livre (free flow) em sete rodovias, sendo seis estaduais e uma federal – RS-128, RS-129, RS-130, RS-135, RS-324, RS-453 e BR-470. No percurso, de 415 quilômetros, são planejados 24 pontos de cobrança automática, realizados através da placa do veículo.
O objetivo do novo modelo é permitir que os motoristas paguem tarifas proporcionais ao trecho percorrido. Nesse sentido, Steffler cita que “foi realizado um cálculo de algumas operações da Valelog em que era usado 32% da rodovia, em um trajeto de 27 quilômetros, mas a cobrança era de 100% da rodovia, quanto quem saia de Encantado e direção a Guaporé utilizava a mesma estrada e não pagava”.
Obras previstas
Com leilão previsto para ocorrer em 2025, a proposta prevê R$ 6,7 bilhões de investimentos ao longo de 30 anos, sendo R$ 4,5 bilhões nos primeiros dez anos de concessão. Steffler garante que o valor inclui a construção de 16 novas pontes em trechos afetados pela enchente na região.
“Teremos 16 pontes novas, que vão garantir a elevação das rodovias. Serão realizadas pontes novas mais altas ao lado das atuais, que, após a finalização da obra, serão desativadas e destruídas”, afirma o vice-presidente da CIC-VT.
Entre as prioridades para duplicação estão as rodovias ERS-453, entre Venâncio Aires e Lajeado, e ERS-130, entre Lajeado e Arroio do Meio, previstas para iniciar nos primeiros quatro anos de concessão.
Um dos principais entraves para a aceitação da proposta está no custo do pedágio, que varia a cobrança média entre R$ 2,10 e R$ 5,70. Acerca disso, Steffler explica que “o valor do pedágio pode ser reduzido, mas isso resultará em um menor investimento e, consequentemente, menos obras sendo realizadas”.
Alternativa
Demanda histórica do Vale do Taquari, a duplicação da ERS-332, que liga Encantado a Soledade, será incluída no plano de concessão com início a partir do quinto ano após um pedido da CIC-VT, conforme Steffler.
“O governo do Estado confirmou que vai incluir a ERS-332. Isso é uma reivindicação nossa. A região não pode mais estar conectada em uma rodovia só, precisamos de alternativas para distribuir melhor o fluxo de veículos e a 332 é a melhor delas”, afirma.
Fora da lista de prioridades, prevista para iniciar somente no oitavo ano de concessão, o prazo da duplicação deverá ser tema de debate da CIC-VT para uma tentativa de ampliação. “Vamos ter que lutar para que a rodovia de Encantado [ERS-332] tenha o seu cronograma antecipado, porque essa foi uma das áreas mais afetadas pela enchente”, destaca Steffler.
Próximos passos
Ao longo dos próximos meses a proposta passará por uma série de debates para definição final do projeto de concessões. O vice-presidente da CIC-VT destaca que ele deverá ser analisado por todos.
“Quem vai decidir isso não são as 12 pessoas que fazem parte do nosso grupo de trabalho. O projeto tem que ser levado para a sociedade, prefeitos e lideranças municipais”, afirma Steffler. Ele também destaca que os envolvidos devem tratar do plano de forma unificada, pensando não só em seus interesses, mas sim em todo o Vale do Taquari.