O término de mais um ano chega acompanhado de momentos de reflexões e angústias sobre o progresso alcançado ao longo do período. Para a professora e consultora de felicidade e bem-estar, Danielle Harth, algumas expressões utilizadas reforçam o sentimento de que estamos sempre em busca do desenvolvimento, mas dificilmente feliz com o progresso conquistado.
“Se naturalizou uma linguagem na qual o ‘e aí, tudo corrido?’ se tornou o novo ‘oi, tudo bem?”, explica. Danielle destaca que a felicidade está atrelada ao “Paradoxo do Progresso”, que “é quando observamos que o mundo está progredindo, em relação a alguns avanços e ganhos, mas que mesmo assim ainda temos a sensação que a vida é muito ruim”.
Dentro desse contexto, ao pensarmos no progresso dos indicadores de pobreza, fome, segurança pública, entre outros, quando comparado às décadas anteriores, temos motivos para comemorar os avanços. “Se olharmos os indicadores sociais, relembrando de como eles eram no passado, vamos ter condições de agradecer e de entender que conquistamos algo e de que também podemos melhorar, ao invés de ficar reclamando dos problemas”, explica.
Para exemplificar o tema, Danielle faz uma síntese do livro “A Cidade dos Carregadores de Pedra”, de Sandra Branco, no qual conta a história de uma cidade onde todos os habitantes carregam pedras como símbolo de suas angústias, traumas e dificuldades. Cada pessoa escolhe como lidar com esse peso: alguns acumulam mais pedras, outros as moldam em algo útil ou bonito, e há quem simplesmente as abandone. A narrativa destaca que a aceitação das adversidades é fundamental para uma vida mais leve.
