Preparar os jovens para o mercado de trabalho é um dos objetivos do projeto RUMO – O Futuro da Mão de Obra na região, que formou a segunda turma na noite de segunda-feira, 16. O evento, no auditório do Tecnovates, foi marcado pela entrega de certificados a 15 estudantes que concluíram o curso ao longo do ano.
Idealizado pelo Grupo A Hora, o projeto começou com 16 estudantes do Ensino Médio de escolas da rede pública estadual de Lajeado e de Estrela. Ao todo, 15 concluíram a formação. As atividades iniciaram em agosto.
Os encontros foram voltados para o desenvolvimento de habilidades relacionadas ao mercado de trabalho, como comunicação, liderança, inteligência emocional, comportamento, postura e trabalho em equipe.
“Nosso foco foi o desenvolvimento humano, trabalhando aspectos comportamentais e de iniciativa, mais do que questões técnicas”, explica o coordenador do curso, Fabiano Conte.
Neste ano, devido às dificuldades logísticas, houve mudanças nas atividades. Ao invés de incursões a empresas parceiras, foi necessário desenvolver atividades internas. “Quatro alunos conseguiram emprego no decorrer do curso. Esse é um lado muito positivo. Tivemos desistências, mas foi porque começaram no mercado de trabalho e não conseguiram continuar”. Na avaliação dele, o resultado foi positivo.
Em debate
Há pelo menos três anos, quando o projeto foi pensado, a mão de obra tem sido um desafio regional e, diante desse cenário, o diretor editorial e de produtos do Grupo A Hora, Fernando Weiss, ressalta a relevância do RUMO.
“Nós precisamos treinar as pessoas, trazer elas para um campo de consciência de que a qualificação é fundamental. Todo tipo de mão de obra, hoje, se tornou imprescindível. O RUMO cumpre esse papel”.
Weiss ainda destaca que o assunto é debatido diariamente nos portais e produtos do Grupo A Hora, com o objetivo de criar uma cultura de qualificação e da importância do trabalho. “A gente tem falado muito sobre isso, que o papel do jornalismo, primeiro, é com a informação. E, segundo, é investir em bons projetos, que estejam conectados com a realidade local”.
O curso é ministrado na Univates e também busca proporcionar um espaço para jovens pensarem sobre o futuro e conquistarem confiança para entrar no mercado.
Experiência para a vida
Maiara Caroline Brumelhaus Dias, 17, foi uma das participantes do projeto neste ano. Para a estudante, a experiência foi transformadora. “Desde o início, me senti desafiada a sair da minha zona de conforto. As vivências do curso contribuíram muito para meu crescimento pessoal e profissional”.
A interação com os orientadores e colegas também foi positiva e a ensinou sobre a importância da convivência. Além de melhorar sua comunicação e percepção sobre os outros. “Aprendi que as relações humanas podem evoluir com o tempo e que, com paciência e empatia, é possível superar dificuldades”.
Segundo Maiara, a partir do que aprendeu no projeto, sente-se mais preparada para enfrentar os desafios depois da escola, e construir melhores relações, na vida pessoal e profissional. “Estou animada para investir mais em cursos e aprimorar minhas habilidades, sabendo que o que vivi no Projeto Rumo já está me trazendo resultados positivos”.
Para outra formanda, Alana Leticia Pastoriza, 18, o curso proporcionou uma nova visão sobre o mercado de trabalho. Ela diz ter aprendido, conhecido profissionais e desenvolvido a comunicação com diferentes públicos.
“Saio com uma bagagem de conhecimentos muito maior do que a que me trouxe no início da jornada. Cada aprendizado, cada troca e cada desafio superado desenvolvi para o meu crescimento profissional e pessoal”.
Pensar o futuro
O RUMO – O Futuro da Mão de Obra – é uma realização do Grupo A Hora, com o patrocínio da Cascalheira Stone Garden, Colégio Evangélico Alberto Torres, Construtora Diamond, Construtora Giovanella, Dale Carnegie, Metalúrgica Hassmann, Rhodoss Implementos Rodoviários, Sicredi, Tomasi Logística e Univates.
Diretor do Colégio Evangélico Alberto Torres (Ceat), Rodrigo Ulrich destaca o papel do curso para a educação. O educador destaca que o Rumo alcança, além de algo prático para a transformação social, participando do desenvolvimento e da construção de oportunidades aos jovens, também para a sociedade. “É um exemplo de ação, de movimento para a mudança de paradigmas. Envolve diferentes setores para mudar, para desenvolver o que é percebido pela comunidade”.
Diretora da Cascalheira Stone Garden, Maristela Etgeton reforça que o projeto nasceu para pensar a empregabilidade, o empreendedorismo, e, principalmente, dar orientação para jovens elaborarem seus projetos de vida.
“Há adolescentes que querem se inserir no mundo do trabalho mas encontram muitos desafios. Muitas vezes é a timidez excessiva ou a baixa autoestima. Há jovens que querem, mas não sabem como buscar. Especialmente aqueles que vivem um contexto familiar muito difícil”, destaca.
Por outro lado, Maristela também ressalta o papel do Rumo para as empresas que sofrem com a escassez de mão de obra. “Compreender essa necessidade e as desigualdades estruturais da nossa região pode ser a chave para inclusão socioeconômica e a porta de saída de programas assistenciais”, afirma.