Não lembro de ter lido ou ouvido o governador Eduardo Leite se pronunciar diretamente sobre o atraso na obra da ponte da RS-130. Embora seja compreensível que o chefe do Executivo estadual tenha uma agenda cheia, com compromissos e obras em diversas regiões do estado, a relevância dessa ponte para a economia e a mobilidade local exige uma atenção especial. A falta de um posicionamento mais firme do governador ou de ações visíveis para cobrar celeridade dos responsáveis pela obra, como a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), deixa a população local sem respostas e sem confiança no cronograma anunciado.
Já há desconfiança sobre o novo prazo: 29 de março. A ponte não é apenas uma obra qualquer; trata-se de uma infraestrutura essencial para produtores, empresas e moradores, que enfrentam atrasos, custos adicionais e dificuldades de mobilidade em uma região que contribui significativamente para a economia do estado. Dada a importância dessa ligação, espera-se que o governo estadual trate o tema com maior prioridade, garantindo que o cronograma divulgado seja realista e que as promessas feitas sejam cumpridas.
É necessário que Eduardo Leite exija de seus secretários e da EGR uma dedicação mais efetiva à conclusão da obra. A ponte segue como um exemplo frustrante de promessas não cumpridas. E pode piorar.
Conflito interno no MDB
As recentes investigações divulgadas esta semana pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, que envolvem políticos de destaque na região, trouxeram à tona não apenas questões judiciais, mas também indícios de um embate político no interior do MDB. A “velha guarda” do partido, cada vez mais insatisfeita com o espaço limitado no governo Eduardo Leite, parece buscar formas de desestabilizar lideranças emergentes, entre elas o vice-governador Gabriel Souza, apontado como provável candidato ao governo na próxima eleição. A operação lançou suspeitas sobre nomes como Carlos Rafael Malmann, além de seus assessores, todos com ligações diretas ao governador ou ao vice-governador. Para muitos analistas, essas conexões não passam despercebidas e sugerem que, além de um objetivo judicial, há também uma estratégia política para desgastar a imagem de Gabriel Souza, que desponta como uma liderança em ascensão no cenário estadual.
Triste realidade do Bolsa Família
Dados recentes revelam uma realidade preocupante do Bolsa Família: em 13 estados, o número de beneficiários do programa já supera o de trabalhadores com carteira assinada. No Maranhão, por exemplo, há dois beneficiários do Bolsa Família para cada trabalhador formal. O Bolsa Família deixou de ser uma rede de proteção social temporária e tornou-se a principal fonte de renda, criando uma dependência que é, ao mesmo tempo, reflexo e causa da ausência de políticas públicas eficazes para a geração de empregos e desenvolvimento econômico.
A saúde de Lula
A condição clínica do presidente Lula, que enfrenta os desafios típicos de sua idade (79), voltou a chamar a atenção do país após os recentes sustos relacionados à sua saúde. Independentemente de preferências políticas ou eleitorais, Lula é o chefe de Estado de um dos maiores países do mundo, e sua saúde é, por consequência, uma questão de interesse público.
