Tá na Mesa debate o papel da imprensa diante das tragédias climáticas

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Tá na Mesa debate o papel da imprensa diante das tragédias climáticas

Evento da Federasul reúne sete redações do RS para detalhar cobertura jornalística em um ano marcado pela maior tragédia climática do Brasil. Diretor do Grupo A Hora destaca a responsabilidade da imprensa em informar e propor soluções

Tá na Mesa debate o papel da imprensa diante das tragédias climáticas
Federasul convidou diretores de redações para fazer um retrospectiva sobre as coberturas jornalísticas em 2024 Educame. (FOTOS: Filipe Faleiro)
Estado

Em um ano que ficará na história devido a maior tragédia climática da história do país, a função do jornalismo em meio a crise foi o tema central do último Tá na Mesa de 2024, promovido pela Federação das Entidades Empresariais do RS (Federasul).

O evento ocorreu nesta quarta-feira, 11, no Palácio do Comércio, em Porto Alegre, e reuniu diretores de sete redações do estado para uma retrospectiva do impacto da imprensa na cobertura das enchentes de maio e na reconstrução das comunidades atingidas.

Entre os convidados, o diretor editorial e de conteúdo do Grupo A Hora, Fernando Weiss, destaca a relevância do jornalismo em transcender a função de noticiar, assumindo um papel ativo na mobilização social.

Diretor do A Hora, Fernando Weiss, detalhou como surgiu o projeto Educame, com objetivo de mudar a cultura social sobre prevenção

“Nosso trabalho vai além de informar. Cabe a nós influir, assumir bandeiras em defesa da sociedade e fortalecer os movimentos que buscam solucionar problemas estruturais. Em 2024, essa atuação foi ainda mais perceptível frente ao desastre sobre o Vale do Taquari.”

Conforme o presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, ouvir os jornalistas representa se aproximar das tendências e projeções de como pensa a opinião pública. “Costumamos dizer que a economia se move pela confiança das pessoas umas nas outras. A política é pela opinião pública.

O debate também contou com a participação de Guilherme Kolling (Jornal do Comércio), Guilherme Macalossi (Bandeirantes), Marjana Vargas (Rede Pampa), Marta Gleich (RBS), Igor Muller (Grupo Sinos) e Telmo Flor (Correio do Povo).

Desafios e resultados

A tragédia de maio afetou mais de 400 municípios gaúchos, em um total de 2,1 milhões de pessoas atingidas. Foram quase 200 mortes, com prejuízos sociais e econômicos estimados de quase R$ 50 milhões.

Presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, enaltece a função do jornalismo profissional na opinião pública

“Uma das grandes questões do jornalismo, do profissional de imprensa, está em relatar os fatos ou ajudar? Desta vez, o repórter também foi atingido”, realça o diretor da Band, Guilherme Macalossi.

Igor Muller, do Grupo Sinos, reforçou a importância de a imprensa estar próxima das comunidades. “Estamos falando de vidas. O jornalismo precisa ouvir, dar espaço para as histórias e buscar soluções junto com a sociedade.”

Para Fernando Weiss, o desafio de tamanha magnitude exigiu a mobilização de toda a equipe de jornalistas durante o episódio. “O Vale do Taquari sofreu sozinho a inundação de setembro. Um mês depois, organizamos o primeiro seminário Pensar o Vale Pós-Enchente. Ali formamos uma comissão multissetorial.”

Neste movimento, surgiu a primeira Carta do Vale do Taquari, com uma série de tarefas para melhorar a resposta em caso de novos episódios. “Não imaginávamos que viveríamos de novo em maio. Só que desta vez, não foi só a nossa região.”

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