Prefeito adota política para reduzir dependência do Bolsa Família

BENTO GONÇALVES

Prefeito adota política para reduzir dependência do Bolsa Família

Medidas de fiscalização e de encaminhamento ao mercado de trabalho corroboram para menor número de cadastros entre as cidades com mais de 100 mil habitantes

Prefeito adota política para reduzir dependência do Bolsa Família
Prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira (foto: reprodução redes sociais)

O prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira (PSB), implementou uma série de medidas para diminuir a dependência do Bolsa Família. A cidade, que já é a menor em número de cadastrados em municípios com mais de 100 mil habitantes, tem adotado uma política de fiscalização rigorosa. Uma força-tarefa foi criada para visitar as famílias cadastradas e verificar se estão realmente dentro das normas do programa.

Siqueira revelou que muitas pessoas mantêm trabalhos informais, declaram que moram sozinhas ou não informam a composição completa da família, para manter o benefício. Em alguns casos, aqueles que se recusam a aceitar ofertas de trabalho formal correm o risco de ter o benefício bloqueado.

“Na prática, o Bolsa Família acaba dando o peixe, mas não ensina a pessoa a pescar. Esse é o grande problema”, critica Siqueira. Ele acredita que o sistema assistencialista, embora tenha sido útil no passado, pode ser prejudicial ao país se não for reformulado, pois não incentiva a busca por trabalho e autonomia financeira.

Além disso, o prefeito destaca que, embora a região da Serra, onde Bento Gonçalves está localizado, esteja em crescimento, há uma escassez de mão de obra qualificada. Atualmente, o município conta com 2.100 famílias cadastradas no programa, um número que o coloca em uma posição de destaque, mas também levanta questões sobre a efetiva necessidade de todos os beneficiários.

“Não consigo entender como temos uma taxa de pleno emprego e tantas pessoas ainda dependendo do Bolsa Família. Precisamos separar os que realmente necessitam do programa daqueles que se escoram nele”, afirma o prefeito. Segundo ele, há casos de pessoas de 18 a 40 anos que vivem de bicos ou apenas de auxílios, sem buscar alternativas mais sustentáveis.

A crítica de Siqueira é também direcionada à cultura do assistencialismo, que ele considera como um obstáculo para o desenvolvimento local. Ele propõe um trabalho de conscientização e incentivo ao emprego, com ações práticas como oferecer vagas de emprego, orientar sobre a elaboração de currículos e encaminhar para entrevistas. “Aqui em Bento Gonçalves, estamos fazendo isso, só falta dar um abraço quentinho”, ironiza o prefeito, referindo-se à grande cultura de não trabalhar que se formou ao longo dos anos. Ele complementa ressaltando que “precisamos parar com a história de coitadismo. Se a pessoa tem condições de trabalhar, ela precisa trabalhar. E, se não trabalha por alguma razão, precisamos entender a situação e encaminhá-la ao programa correto.”

Apesar das dificuldades, Siqueira acredita que a cidade está no caminho certo. No entanto, ele alerta que mudanças maiores precisam ocorrer em nível nacional. “Cada cidadão precisa questionar o prefeito sobre a grande quantidade de pessoas cadastradas no Bolsa Família, quando há tanta mão de obra disponível por aí”, conclui.

Acompanhe a entrevista na íntegra: 

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