Sete meses após a pior tragédia natural do Brasil e a região mais destruída e impactada pela força das águas parece esquecida por parte dos governantes. A impressão, reforço, é de abandono por parte do governador Eduardo Leite, do PSDB, e do presidente Lula, do PT. Já não se percebe o interesse e empenho de outrora. E se levarmos em conta as promessas pós-enchente de setembro de 2023, então, o cenário é ainda mais injusto com o Vale do Taquari. Até o momento, e nunca é demais relembrar, nenhuma casa definitiva foi concluída. Demora, eu sei. É complexo. Mas tá demorando demais. Da mesma forma, os principais impactos logísticos foram amenizados com ações privadas, voluntárias ou municipais, majoritariamente.
Ainda é desalentador verificar in loco as obras de reforma na ponte da BR-386, no Rio Taquari, e de reconstrução da ponte da ERS-130, no Rio Forqueta. O “clima”, a velocidade, o ambiente, o número de funcionários e a disposição das empresas/concessionárias não condizem com a nossa dor e nossos prejuízos diários. Nem mesmo a recente ameaça do Ministério Público – que pretende multar os responsáveis caso não concluam a travessia entre Lajeado e Arroio do Meio até 29 de março – parece ter surtido efeito neste início de semana. E logo mais virão os feriados de Natal, de Ano Novo e de Carnaval. Em suma, é cada vez mais preocupante a distância entre o Vale e os governantes – e assessores – e a consequente morosidade em obras e serviços cruciais à nossa sobrevivência social e econômica.
Deixa para a Gláucia, Caumo!
Faltando apenas 20 dias para encerrar o segundo mandato, o prefeito Marcelo Caumo (PP) parece não ter outro caminho a não ser deixar a negociação com a Corsan/Aegea a cargo da futura gestora Glaucia Schumacher (PP). Diante de tantas incertezas, interesses diversos e queixas, que culminaram com o protesto de ontem no plenário da câmara, o mais prudente é dar tempo ao tempo e não assinar nenhum contrato – ou aditivo de contrato – às pressas. Ora, se já aguardamos tantas décadas para debater sobre o tratamento de esgoto, alguns meses a mais de debate não farão tão mal assim à sociedade. Pelo contrário. Garantir mais visibilidade e transparência aos movimentos sempre é saudável. E eu não estou dizendo que as negociações já realizadas até o momento pelo atual prefeito são obscuras. Pelo contrário. Caumo garantiu algumas boas vantagens aos lajeadenses em uma eventual renovação. Mas é fato que essas negociações não contaram com a participação efetiva da sociedade civil organizada. E estamos tratando de algo que vai impactar a nossa e a próxima geração. É um negócio de bilhões.
O futuro de Elmar Schneider
Atual prefeito de Estrela, Elmar Schneider (MDB) concedeu entrevista ontem ao programa Frente e Verso. Além de uma prestação de contas do mandato, o experiente político “cutucou” a futura prefeita Carine Schwingel (UB) ao afirmar que o projeto de lei para redução de CCs – encaminhado à câmara no fim do mandato – é uma resposta à promessa de campanha da adversária que versava justamente sobre a redução de 40% nos cargos comissionados. Sobre o tema, a prefeita eleita havia se queixado da proposta durante entrevista a Rádio A Hora na segunda-feira. Ou seja, e se alguém ainda apostava na hipótese de uma futura (re) união entre eles, é melhor desistir. Tudo indica que Schneider assumirá um cargo no governo estadual. E amanhã ele se encontra com o presidente estadual do MDB, o deputado Vilmar Zanchin, para talvez definir o próprio destino. Aliás, ele também aproveitou o microfone para anunciar a ambição de concorrer a deputado em 2026.
Valorização e desafios ao bairro Florestal
A transformação do antigo Estádio Florestal em um audacioso complexo comercial com atacarejo, open mall e prédio comercial (foto) vai mudar o ritmo e o ambiente daquela região de Lajeado. A movimentação de carros e pessoas tende a aumentar de forma significativa e isso, de uma forma ou de outra, vai influenciar na qualidade de vida dos moradores. O impacto maior é positivo, claro. Os novos empreendimentos comerciais e gastronômicos devem valorizar ainda mais os imóveis próximos e devolver vida a uma parte um tanto esquecida do bairro. Por outro lado, e isso cabe ao poder público municipal, o Departamento de Trânsito precisa atuar desde já para antecipar soluções aos futuros problemas de mobilidade, frutos do necessário desenvolvimento social e econômico.
TIRO CURTO
- Com a derrota nas urnas, parte da equipe do alto escalão do governo de Estrela ainda não sabe onde atuar em 2025. E alguns devem partir a outros municípios. Inclusive fora do Vale do Taquari.
- Prefeito em fim de segundo mandato em Bom Retiro do Sul, Edmílson Busatto (MDB) não definiu o futuro na política. E assessores próximos querem convencê-lo a concorrer a deputado.
- Aliás, e sobre o “futuro dos futuros” ex-prefeitos do MDB, há quem aposte em uma debandada do partido. E a razão é a constante busca por um lugar ao sol no disputado ambiente político.
- Prefeito de Santa Clara do Sul em fim de segundo mandato, Paulo Kohlrausch (MDB) também não definiu o futuro na política. Mas, e diante da boa relação com o vice-governador Gabriel Souza (MDB), todos apostam em uma função estratégica no governo estadual.
- Ainda sobre Paulo Kohlrausch, (MDB), ele estava muito bem cotado para assumir uma secretaria municipal em Lajeado. Mas isso dependia da vitória do vereador Carlos Ranzi (MDB), é claro.
- Prefeito reeleito de Sério, Moisés de Freitas (MDB) deve mesmo assumir a presidência da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat) em 2025. Resta saber quem serão os presidentes da Amturvales e, claro, do Consisa.