Os vereadores deram sinal positivo, na sessão desta terça-feira, 10, para dois projetos polêmicos. Um deles trata do orçamento de Lajeado para 2025, previsto em 672.479.400,00. O valor é o limite de despesas para o governo e representa uma projeção de arrecadação.
Duas emendas foram rejeitadas. A primeira foi proposta por Carlos Ranzi (MDB) e sugeria a redução de 10% para 6% no valor livre para movimentação, sem a necessidade de aprovação pela câmara. Com a rejeição da proposta pela maioria, Márcio Dal Cin (MDB) apresentou uma sugestão adaptada, que novamente não foi aceita, inclusive com voto de Marquinhos Scheffer (MDB), integrante da oposição.
A outra matéria que avançou permite um investimento de R$ 642.906,00 em convênio com a guarda municipal de Gravataí para um curso de formação dos guardas de Lajeado. A qualificação permitirá, entre outros fatores, o porte de arma aos aprovados nas avaliações. O texto foi aceito por unanimidade. O contrato terá duração de 12 meses e prevê o treinamento para 34 profissionais, recentemente transformados de agentes de trânsito para guardas municipais, inclusive com atualização salarial.
Vagas de creche, cidadão benemérito e nome de rua
Também receberam sinal positivo dos vereadores outros três projetos. Um deles é proposto por Ranzi e refere-se a publicação de informações sobre vagas compradas em escolas de educação infantil privadas.
Outro texto concede ao senhor Ademar Breitenbach o título de cidadão benemérito Lajeadense pela dedicação em áreas como cultura, esporte e na carreira no ramo de contabilidade.
Avançou também a proposta para denominar de Rua Anna Idalina Von Hohendorff Mattje a Rua O localizada no Loteamento Baviera, no Bairro São Bento.
Por maioria de votos, a câmara ainda acatou o veto imposto pelo executivo para o projeto que alterava regras na pavimentação de ruas. Criada por Waldir Blau (MDB), a matéria foi aprovada na casa, mas não foi aceita pelo governo com o argumento de ser inconstitucional.
Plenário cheio e protesto
Moradores de bairros como São Bento e Moinhos, apoiados por representantes do fórum das entidades, comparecem na sessão com cartazes em forma de protesto pela contrariedade ao acordo entre Lajeado e a Corsan/Aegea, que estabelece um aditivo válido por 30 anos ao contrato vigente para o fornecimento de água e tratamento de esgoto.
Praticamente todos os vereadores se manifestaram sobre o tema. Jones Vavá (MDB) lamentou a falta de diálogo com a administração e disse que o Legislativo é utilizado por Caumo conforme convém. “Quando o governo quer algo de nós, somos chamados para um café às 7h30, com pastelzinho e cafezinho. Quando é do nosso interesse, nem um bom dia recebemos”, resumiu.
Desta vez, os integrantes da base abordaram o tema. A maioria pediu calma na condução das tratativas com a empresa, inclusive o líder de governo Isidoro Fornari Neto (PP). ““Uma é a conta de água, e a segunda é a cobrança de um novo serviço, que é o esgotamento sanitário. Na conta de água, sem dúvida, precisamos brigar para que a tarifa não seja elevada nem majorada. Também precisamos pensar no meio ambiente, porque ele nos fará falta amanhã ou depois. Aí, sim, discutiremos a tarifa do esgotamento sanitário”, estabelece.
Para o presidente da associação de água do bairro São Bento, Nilson Purper, falta sensibilidade pelo governo, pois há cuidados ambientais e na qualidade da água. Dessa forma, ele refuta que o serviço seja concedido pela Corsan sem o aval de toda a comunidade. “Vamos lutar até a última gota de sangue para manter ativa a nossa sociedade de água”, garante.