A RGE projeta um investimento de R$ 9,3 bilhões até 2028 na rede de energia elétrica sob sua responsabilidade no Rio Grande do Sul. O cronograma foi apresentado nesta segunda-feira, 9, em Porto Alegre, durante audiência pública coordenada pela assembleia legislativa por meio da comissão especial para tratar dos serviços de energia elétrica no RS. Não há um detalhamento por região do estado.
O valor representa um incremento de 31% em comparação com os R$ 7,1 bi aplicados entre 2019-2023. De acordo com o diretor-executivo da RGE, Ricardo Dalan de Vargas, os recursos são divididos em três pilares: robustez, tecnologia e infraestrutura. Estão previstas revisões nas redes a cada cinco anos, automatização do sistema, além da contratação de profissionais e abertura de bases operacionais. “Trocamos por dia 300 postes, o que resulta em cerca de nove mil por mês. Até 2025, pretendemos que 9% deles sejam de madeira. Até o ano passado eram 18%”, justifica.
O diretor também cita a importância de um plano de manejo da vegetação em relação a distância da rede, para impedir que árvores atinjam o sistema e prejudiquem o fornecimento do serviço. “Entendemos que não vamos ter trégua no clima de aqui em diante e cada vez com mais intensidade. Precisamos nos preparar para isso”, assume.
Conforme a RGE, a frequência média de vezes por ano que ocorre a interrupção no fornecimento do serviço é de pouco mais de quatro vezes com dados entre janeiro e outubro deste ano. É o menor índice desde 2014, quando o corte ocorria mais de nove vezes por ano.
Cobrança por investimentos
Para o presidente da Federação das Associações dos Municípios do RS (Famurs), Marcelo Arruda, as concessionárias são de grande porte e tem condições de fornecer um serviço melhor para a população de todas regiões do estado. “Incentivamos as pessoas a investir no campo, mas elas precisam ter acesso a estes serviços básicos.”
A presidente da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs), Luciana de Carvalho, diz que o serviço de energia elétrica é uma das prioridades. “Temos três fiscais para todo o estado. Por isso é importante essa remodelação da Agergs que está em discussão”, resume.
O discurso foi corroborado por prefeitos gaúchos e líderes de associações. Ao menos entre as autoridades que se manifestaram oficialmente no encontro, não houve representantes do Vale do Taquari.
Atendimento local e atenção ao interior
O presidente da comissão, deputado estadual, Edivilson Brum (MDB), elege a comunicação como uma das principais barreiras na relação entre a população gaúcha e as fornecedoras do serviço. “Um dos apontamentos é colocar uma equipe em cada macroregião. O atendimento presencial pode resolver vários problemas. O 0800 cai em uma central de São Paulo e eles não conhecem a nossa realidade econômica e social”, pontua.
Brum recorta ainda as dificuldades dos agricultores após a catástrofe climática, quando localidades do interior ficaram um mês sem o serviço.
Em fevereiro os deputados votarão relatório final da comissão. A partir do avanço no parlamento gaúcho, o relatório será encaminhado para Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A audiência pública desta segunda-feira é resultado de uma série de reuniões pelo interior do estado, inclusive em Lajeado no dia 7 de novembro.
A RGE no estado
- 381 municípios concedidos
- 3,1 milhões de clientes
- 7,1 milhões de pessoas atendidas
- 164 subestações
- 4.912 km de linha para subtransmissão
- 35 canais de atendimento aos clientes
- 76% de abrangência do território gaúcho