Passar a juventude interessada em clássicos como Machado de Assis e Érico Veríssimo é um presente inestimável na formação educacional. A leitura dessas obras, na época colegial, estimula a visão de mundo. Denise Muller Arruda, que nos anos 1970 já compreendia a importância da literatura, atribui grande parte de sua formação à leitura.
Na juventude estudantil, percorria a bem equipada biblioteca do Colégio Evangélico Alberto Torres para absorver a leitura clássica dos anos 1980. Em 1975, ao ingressar no CEAT, notou um ambiente diversificado. “Eu gostei da estrutura da escola e permaneci ali até o terceiro ano, quando prestei vestibular”, comentou.
A biblioteca possuía um apelo relevante para a jovem que gostava de ler. Ao mesmo tempo, o vôlei praticado nas quadras da escola, a levou a campeonatos fora da cidade. Na viagem das oitavas, reforçou o vínculo com os colegas, uma amizade que persiste, sendo lembrada com constância.
Denise prestou vestibular para Direito na PUC, em Porto Alegre, uma faculdade que exigiu muita dedicação e foco. No colégio, desenvolveu a disciplina nos estudos e aprimorou habilidades de pesquisa e leitura, fundamentais para a área jurídica, onde a interpretação de leis, cláusulas e a capacidade de argumentação foram fundamentais para a carreira que se fortaleceu em Lajeado. “Após cursar Direito, ingressou no escritório de advocacia. “O escritório, hoje, é conduzido pelo meu marido, Ney Arruda Filho e por mim”.
O escritório foi fundado por Ney Santos Arruda em 1953 e consolidou-se ao longo do tempo graças à excelência de sua equipe, à capacidade de escuta atenta e à habilidade em resolver questões jurídicas. A experiência na escola aprimorou seu foco e fortaleceu a diligência no atendimento aos clientes. Paralelamente, a leitura desenvolveu sua empatia, tornando-a um valor essencial em sua prática. “Eu presenteio com livros”, afirma Denise.
Professores marcam trajetória escolar
Professores que estabelecem conexões significativas durante as aulas tornam-se inesquecíveis para os alunos. Foi o caso de Denise, que guarda na memória as aulas de mestres como Karl Heinz Lecke, Nelson Beinecke, Haetinger, além das professoras Niva Fluck e Cecília Heringer, responsável pelos ensinamentos da língua alemã.
Quando a relação entre professor e aluno é positiva, a aprendizagem se torna mais efetiva. “O conhecimento não pode ser tirado de você, é uma bagagem que você leva para a vida e permite circular pelo mundo”, destaca Denise, que acompanhou o desenvolvimento da filha, Luísa Arruda, no mesmo colégio e agora vive a alegria de buscar a neta, Martina, na escola. “É muito especial voltar ao colégio e buscar minha neta”.
Música constrói o processo educacional
A nutricionista Luisa Muller Arruda Lopes guarda com carinho as melhores lembranças de sua infância no colégio. Matriculada aos três anos, foi nas salas de aula que, ainda pequena, descobriu a alegria de brincar, construiu vínculos duradouros, compreendeu a importância da leitura no processo de aprendizagem e construiu vínculos com amigos e professores “Meus colegas são minhas referências até hoje”.
A música também desempenhou um papel fundamental na trajetória educacional de Denise. Sob a orientação da professora Fabiana Hunecke, as canções ensinadas em sala de aula conquistaram os corações dos alunos. Hoje, Fabiana segue sua missão de educadora, sendo professora da filha de Denise, Martina.
O legado da leitura
A disciplina de Português desempenhou um papel fundamental na formação de Luisa, que destaca a importância da escrita, dos livros e da leitura, uma influência reforçada pelo ambiente familiar. “Herdei o gosto pela leitura dos meus pais. Cresci vendo meu pai lendo”, compartilha ela. O apoio da mãe, Denise, com seu foco nos estudos, foi essencial para incentivá-la a aprender. Além disso, o avô materno, Odilon Muller, que foi interno do CEAT em 1960, deixou um legado de dedicação que se tornou uma fonte de inspiração para as gerações seguintes da família.
As quatro gerações da Família Arruda aproveitaram as lições educacionais do colégio não apenas para se destacarem profissionalmente, mas também para contribuir com a sociedade, perpetuando os ensinamentos de responsabilidade social, ética e envolvimento. “Colocar minha filha Martina no mesmo colégio em que estudamos foi uma questão de confiança. Eu sabia que ela estaria amparada”, reflete Luisa.
No futuro, a pequena Laura, que tem apenas três meses, também ingressará na instituição. A expectativa é que, assim como as gerações anteriores, ela cresça absorvendo os valores e ensinamentos que marcaram a trajetória da família.
