Quem já vivenciou um pouco mais de perto as lidas campeiras lá das bandas da fronteira deve conhecer a expressão, bem descrita por Telmo de Lima Freitas em sua composição O Esquilador.
¨As tesouras cortam em um só compasso…¨. Mas antes tem que embretar e manear as ovelhas (atar as pernas), botar uma cinta larga na cintura e outra no pulso pra o corpo aguentar o rojão. Parada dura, de sol a sol, no regime 7×0, mesmo com o ¨refresco¨ de umas bicadas na guampa de canha, pra espantar o calor.
Falando nisso, pelo jeito está pintando um novo tempo de tosquia também lá pelas bandas do Planalto Central. Não sei vocês, mas cada vez que surge um discursinho populista de ¨justiça tributária¨ eu já fico com os dois pés atrás e grudo as mãos no bolso. Tipo assim: vão botar a mão no meu!
As ovelhas que se preparem.
LIBEROU GERAL
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) autorizou nessa semana que as empresas operadoras instalem a tecnologia 5G em todos os municípios brasileiros, de cabo a rabo, como diz o meu Cumpádi Belarmino.
A faixa de freqüência dos 3,5 Ghz está liberada para ser utilizada em todo o território nacional, sem interferências de outros serviços de radiodifusão.
CERCAMENTO ELETRÔNICO
É preciso dar as boas vindas ao Centro Integrado de Comando e Controle, instalado na sede do 22º. BPM (já que o CRPO ficou debaixo d´água…), com a parceria de outras entidades relevantes. Também é importante reforçar a necessidade de outras municipalidades se agregarem ao sistema e respectivas conexões, abrindo (ou fechando…) outras ¨portas¨.
A história é meio longa, coisa de 25 ou 30 anos atrás, com a instalação das primeiras câmeras de videomonitoramento, à duras penas importadas do Japão, com operação e manutenção meio complicadas à época, e com a implantação também de um então também inovador cabo de fibra ótica.
OLHOS E OUVIDOS
Sei não, mas consta que o relevante assunto de renovações de contratos ou novas licitações para o abastecimento de água e coleta/tratamento de esgotos sanitários já vinham sendo analisados há meses e meses, em muitos casos foram pré-negociações realizadas de forma muito discretas.
Talvez para evitar polêmicas precipitadas, ou para avaliar e alinhavar direitinho os complexos aspectos jurídicos antes de levar o assunto a público. Mas também há quem possa imaginar que tenha sido pra criar tipo um fato consumado, feito ¨caixa-preta¨, à revelia das visões que outros setores também importantes numa sociedade poderiam ter sobre o assunto.
Tenho por mim que há muitas questões em aberto e cabem maiores e melhores esclarecimentos.
Muito alardeadas e talvez pouco consistentes estatísticas nacionais seletivas não servem como argumentos sólidos para realidades locais. Cito apenas uma, até bem simplória: qual a proporção relativa do tradicional sistema de fossas com filtro e sumidouro em unidades unifamiliares em relação ao conjunto urbano atual e futuro? A proporção continuará sendo a mesma e o ¨tratamento¨ será apenas o mesmo recolhimento anual com um limpa-fossas, que muitos já o fazem há tempos e por um custo bem menor do que possivelmente iriam pagar nas tarifas futuras?
Outros pontos a considerar: quantas e onde seriam instaladas as estações de tratamento nas diferentes micro-bacias urbanas? Quem vai bancar os custos para conectar as atuais fossas ou águas sanitárias residenciais e coletivas com as redes coletoras a serem implantadas?
Não vamos negar que o abastecimento de água é muito confiável, inclusive por aqui. Desde os tempos da Corsan e também agora com a Aegea, que inclusive fez um meritório trabalho na rápida recuperação dos sistemas de captação/tratamento/bombeamento, severamente atingidos pelas recentes enchentes em diversas cidades.
Na minha modesta opinião, na qualidade de especialista em generalidades, acho que cabem maiores e melhores esclarecimentos. Podem até chover no molhado, mas mais alguma audiência pública não vai fazer mal a ninguém. E pessoalmente eu continuo sem entender o porque da pressa.
Em tempo: essa é apenas uma opinião pessoal, que ninguém precisa levar em consideração.
LIVRE PENSAR
“Nem ¨conservadorismo¨ encravado, nem ¨progressismo¨ sectário: evolução consciente.” (Autoria incerta)
SAIDEIRA
Nôno no curso para idosos, a profe de Português pergunta:
– Na frase ¨Ele Está Feliz¨, onde está o sujeito?
– Na cancha de bochas!
