Após período de alta infestação pelo Aedes aegypti e mais de mil casos de dengue confirmados ao longo de 2024, a incidência do mosquito transmissor da doença apresenta diminuição em Estrela. No entanto, gestores mantêm o alerta sobre os cuidados relacionados ao combate do inseto, sobretudo com a chegada das altas temperaturas.
Embora em menor escala, dados do Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti (LIRAa) ainda apontam um cenário crítico de infestação. Em janeiro, o indicador foi de 16.3, enquanto em novembro fechou em 3.3. No entanto, a coordenadora do setor de Vigilância Epidemiológica, Carmen Hentschke, destaca que em agosto o índice foi 2, o menor registrado em 2024. Segundo ela, o ideal é que o indicativo esteja abaixo de 1.
“Tivemos uma diminuição significativa ao longo do ano, mas também foi percebido um aumento de agosto para novembro. Houve um crescimento de 50% de amostras positivas, com presença de larvas, neste período. Portanto ainda temos uma situação preocupante e é importante que a comunidade continue com os cuidados relacionados à água parada”, ressalta Carmen.
Desde 2021 o município enfrenta a crescente infestação pelo mosquito e o aumento dos números de casos de dengue. Com a chegada das altas temperaturas e ambiente favorável para a proliferação do inseto, a coordenadora destaca que os principais problemas ainda estão ligados ao período pós-cheia, devido às residências abandonadas. Segundo ela, piscinas e itens que acumulam água nos pátios são fatores preocupantes.
Contagem mensal
Os bairros com maior infestação do mosquito são Pinheiros, Indústrias e Oriental, de acordo com o método de contagem das “Armadilhas de Ovitrampas”. O mecanismo também apontou o crescimento da presença do inseto desde agosto. Na contagem feita em novembro, em mais de 90 ovitrampas inspecionadas, foram coletados mais de mil ovos do Aedes aegypti.
“Após o período de cheia, esse acompanhamento foi retomado em agosto, quando foram coletados apenas nove ovos. Subiu para mais de 200 em setembro e mais de 300 em outubro. Por isso, reforçamos a importância de localizar os criadouros do mosquito, pois em novembro foram 1.037 ovos, um número alto”, explica Carmen.
As armadilhas consistem em vasos de planta sem furo e palhetas de madeira. São colocadas água com levedo de cerveja para atrair a fêmea do mosquito a depositar os ovos no local. Os itens ficam por cinco dias no local, mas sem riscos, pois são tirados antes de se tornarem criadouros do mosquito. A partir dos resultados, os agentes de endemia intensificam os trabalhos nas áreas mapeadas.
Casos estabilizados
Com 1.008 casos contabilizados ao longo de 2024, o número de confirmações da doença é superior ao registrado em anos anteriores. Em 2023, por exemplo, foram 919 confirmações. No entanto, a detecção de pessoas contaminadas pela dengue foi estabilizada nos últimos meses. O pico de confirmação de casos ocorreu entre os meses de março e abril.