A negociação entre o governo de Lajeado e a Corsan/Aegea foi, outra vez, o tema mais explorado nos discursos dos vereadores, em especial, pela bancada do MDB, na sessão desta terça-feira, 3. Os oposicionistas já reiteraram a contrariedade com a assinatura de qualquer vínculo sem uma análise criteriosa. Nesta semana o prefeito, Marcelo Caumo, defendeu novamente o aditivo.
Eder Spohr (MDB) pediu ao Ministério Público (MP) a convocação de audiência pública sobre o tema. “Socorro ao MP, que seja mais competente do que este poder Legislativo e consiga chamar esta audiência pública”. Até então a Mesa Diretora não atendeu a um pedido para uma reunião em comunidade do município sobre o tema, com a finalidade de ouvir a população.
Carlos Ranzi (MDB) afirmou que o governo não ouve a opinião pública sobre o tema e prioriza o assunto mesmo com pautas mais urgentes. Ranzi relativiza a pavimentação do acesso a ponte do exército e a falta de vagas em creches. “O prefeito não vai atrás dos motivos pelos quais a população não quer este contrato aditivado. Senhor prefeito, não assine”.
Waldir Blau (MDB) projetou um aumento de 70% no valor da tarifa com o novo acordo para o fornecimento de água e tratamento de esgoto. “Muito estranho querer assinar isso no apagar das luzes”.
Márcio Dal CIn (MDB) questionou o embasamento técnico para Caumo defender o aditivo que prorroga o contrato até 2063 ao invés de oportunizar uma concorrência pública. “A outorga do serviço de saneamento básico pode se aproximar de R$ 70 milhões caso haja uma concorrência pública”.
Paula Thomas (PSDB) rebateu com a lembrança do marco do saneamento que exige tratamento de esgoto até 2032, que obriga o investimento pela Corsan/Aegea. “Lajeado não pode ter várias empresas distribuindo água. Uma das brigas é essa. Que essas associações possam ser ressarcidas. Falamos de uma cidade com mais de 100 mil habitantes”.
Mobilização pelas obras na BR-386
Isidoro Fornari Neto (PP) convocou a imprensa e líderes regionais para pressionar a CCR ViaSul em relação ao ritmo das obras na BR-386. Ex-interlocutor do município com a concessionária, Fornari considera a velocidade dos trabalhos menor até em comparação com a ERS-130, entre Lajeado e Arroio do Meio. “Pelo menos que esta ponte interditada que possa receber veículos leves e os pesados transitam nesta liberada. Do jeito que está hoje aumenta a fila e agora final do ano será um caos”.
O vereador ainda viaja para Brasília nos próximos dias onde cumpre uma série de agendas. Uma das pautas visa ampliar os recursos para a construção de uma nova ponte entre Lajeado e Arroio do Meio. O recurso já liberado ultrapassa os R$ 10,5 milhões e seriam necessários cerca de R$ 3 milhões para atender a um projeto existente.
Alex Schmitt (PP) cobrou um acompanhamento mais próximo na obra para construção da ponte na ERS-130, com cronograma atualizado para ser entregue em março de 2025. “O relatório deveria estar acessível a qualquer cidadão e atualizado diariamente”, sugere.
Representatividade política do Vale
Jones Vavá (MDB) citou o impasse nas obras em rodovias estadual e federal e relacionou o atraso nos cronogramas com a falta de líderes para reivindicar as demandas regionais. “Não temos um representante que possa brigar por nós. Fui dar uma olhada na obra ali e só escutava passarinho. Temos força, são mais de 300 mil votos no Vale”, justificou.
Vavá defende uma mobilização para eleger ao menos um deputado estadual e federal que atenda assuntos relacionados aos 37 municípios do Vale do Taquari.
INSS aberto em dezembro
O presidente Lorival Silveira (PP) afirmou que a agência de Lajeado do INSS reabrirá em 10 ou 15 dias. O prédio fica na Rua Coronel Júlio May, no Centro e foi atingido pela enchente. Os reparos na unidade estão em fase final, segundo Silveira.
Um dos projetos aprovados na sessão desta semana trata da adequação da redação de um projeto que já tramitou na câmara para a permuta de áreas onde o Hospital Bruno Born (HBB) se apropria da antiga sede do INSS e, em troca, construiu a estrutura inaugurada no primeiro semestre deste ano.
A Lei Orçamentária Anual (LOA) não avançou para votação. O texto prevê um orçamento que ultrapassa os R$ 672 milhões para 2025. A matéria possui uma emenda de Ranzi e retornará à pauta na próxima semana.