O vereador de Lajeado Ederson Spohr (MDB) tem se mostrado crítico em relação ao novo aditivo de contrato entre o município e a Corsan/Aegea. Em uma recente conversa com a comunidade e colegas, Spohr questionou o valor da outorga de R$ 20 milhões, que considera irrelevante diante do faturamento bilionário da empresa. Segundo ele, a Corsan deverá arrecadar R$ 2 bilhões com a cobrança apenas pela água e, somados aos 70% adicionais que serão cobrados pelo esgoto, o montante pode ultrapassar R$ 3,4 bilhões ao longo dos próximos 30 anos. Spohr enfatiza que, com uma outorga tão baixa, o município está fazendo um “péssimo negócio”.
O vereador compara o valor da outorga em Lajeado com os valores obtidos em outros municípios, que teriam recebido mais de R$ 150 milhões por contratos semelhantes. Ele lembra que o contrato atual, que vai até 2032, ainda não tem atendido as metas previstas, como o tratamento de 90% do esgoto até o final desse período. “O serviço da Corsan é ridículo”, afirma Spohr, destacando que a cidade ainda conta com apenas 1% de tratamento de esgoto na região do Moinhos.
Spohr também se mostra preocupado com a resistência de algumas comunidades, como a de São Bento, que não querem a Corsan. Ele ressalta que, enquanto a qualidade da água do poço artesiano é adequada para os moradores, eles não desejam receber o fornecimento da Corsan. A proposta do vereador é que a associação local, que já conta com infraestrutura própria para armazenar água e atender 1,2 mil economias, assuma o controle do sistema de saneamento da região. “A alternativa resolveria não apenas a questão da água, mas também o problema da falta de esgoto tratado na cidade, além de manter o dinheiro circulando dentro do município, evitando que os recursos gerados com o contrato com a Corsan saiam de Lajeado.”
Em relação à situação econômica e à logística, Spohr destaca que os governistas não estão interessados em dialogar sobre o assunto. Além disso, o vereador defende a realização de um plebiscito, como forma de dar voz à população e garantir que os cidadãos de Lajeado possam decidir sobre o futuro do contrato com a Corsan. “A mudança no modelo de fornecimento de água poderá causar transtornos à mobilidade urbana, com ruas abertas por anos, além do aumento nas tarifas de água e esgoto. Para aqueles que já recebem água da associação, o valor atual de R$ 60 mensais poderá triplicar com a renovação do contrato com a Corsan.”
Diante desse cenário, o vereador pressiona por um debate mais profundo sobre a gestão dos serviços de saneamento em Lajeado. Busca alternativas que beneficiem tanto a população quanto o município.
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