A limitação de tráfego sobre a ponte do Rio Taquari, entre Lajeado e Estrela, junto com a organização do trânsito na BR-386, provoca transtornos diários para os condutores. Ontem, no início da manhã, o engarrafamento passou de três quilômetros.
“Não consigo entender, porque esperam até as 7h para fazer a mudança dos cones”, diz um motorista de aplicativo parado na fila. Durante a madrugada, a CCR ViaSul reduz para duas pistas o tráfego sobre a ponte. No início da manhã, ampliam para três. A troca da sinalização provoca mais demora.
Todos os percalços tem como pano de fundo o reforço nos pilares da ponte sobre o Rio Taquari. “Consultamos a CCR ViaSul por diversas vezes para saber como está o cronograma da obra. Não sabemos se mudou ou não, em que fase estão. Para nós, a comunicação tem sido muito difícil”, diz o prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo.
Na manhã de ontem, a concessionária agendou uma reunião com líderes e gestores públicos da região. O encontro ocorre em Porto Alegre, a partir das 9h30min. “Nossa expectativa é ter todas as respostas”, diz Caumo.
Conforme o último relatório, a recuperação da ponte está na fase mais complexa. Em entrevista concedida à rádio A Hora em novembro, o gerente de operações da CCR ViaSul, Paulo Linck, e o coordenador de engenharia, Gabriel Cunha, detalharam que é necessário fazer o reforço estrutural dos pilares.
Neste mês, a expectativa é que a reestruturação da ponte tome forma. “Estaremos com equipamentos maiores, entrando no reforço da fundação, que será feito com um conjunto de estacas raízes. Vamos levar elas até o topo da superfície e fazer a consolidação com o bloco existente”, afirmou Cunha na ocasião. A expectativa é que a reestruturação da ponte seja finalizada no primeiro trimestre de 2025.
A concessionária venceu o leilão para gerir as BRs 386, 101, 290 e 448 em novembro de 2018. O contrato faz parte do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), e a CCR ViaSul terá que investir mais de R$ 7,8 bilhões em 30 anos de concessão.
Palavra da CCR ViaSul
Frente às críticas dos motoristas sobre a organização do trânsito na passagem entre Lajeado e Estrela, a concessionária justifica que o monitoramento do fluxo é feito de forma integral. A empresa explica que o procedimento de reversão das faixas não é uma ação instantânea. “Quando é verificada a necessidade de inversão, a mobilização das equipes é feita com uma retenção rápida e temporária do tráfego para reorganizar a sinalização com os cones. A liberação do fluxo na nova disposição é feita na sequência”, responde por meio de nota.
Conforme a empresa, o trabalho é feito com um tempo médio de 30 minutos para cada sentido na faixa reversível, podendo variar de acordo com a intensidade do tráfego. A concessionária também ressalta que houve um aumento na necessidade de interferência para correção na sinalização feita com os cones, devido à grande movimentação de veículos no local que deslocam ou retiram os equipamentos do lugar. “Para cada intervenção corretiva, é preciso interromper temporariamente o trânsito.”
“A CCR ViaSul reforça que segue dedicada com suas equipes em promover tanto a segurança quanto a fluidez no segmento. A empresa orienta os motoristas a programarem seus trajetos de forma a evitar imprevistos durante o período de execução das obras emergenciais que exigem restrição de faixas.”
Duplicação até o fim do 2º semestre
Em paralelo à recuperação da ponte, equipes trabalham na área urbana de Lajeado, na duplicação da BR-386. Com mais de 90% das obras concluídas, o cronograma é entregar o trecho de 20 quilômetros até o primeiro semestre de 2025.
Conforme a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a duplicação deveria ter sido entregue em fevereiro do ano passado. Há dois formatos de cobrança pelo descumprimento. O primeiro é a revisão da tarifa de pedágio.
O outro mecanismo é por meio dos autos de infração. Cada obra tem um cronograma próprio de término, seja viadutos, passarelas, vias paralelas e a própria duplicação.