Famílias atingidas pela emchente reivindicam auxílio
Sete meses após a tragédia que devastou o bairro Carneiros, em Lajeado, famílias desabrigadas ainda lutam para reconstruir suas vidas, enfrentando uma combinação de burocracia, propostas inviáveis e falta de assistência efetiva.
Deisi Catiane dos Santos é uma das moradoras que perdeu tudo — casa, pertences e até cavalos. No entanto, ela relata que seu nome sequer aparece na lista de cadastrados para receber ajuda. “Não sei por que não estou na lista. É muita burocracia, e mesmo quem está encontra dificuldades para conseguir uma casa no valor proposto”, explica Deisi, que segue sem perspectiva de solução.
Segundo ela, o teto de R$ 200 mil estabelecido para aquisição de novos imóveis é inviável. “Não existe casa por esse valor, e quando encontramos algo mais próximo, não somos autorizados a repor. Precisamos de flexibilidade e melhores condições”, afirma.
A vizinha, Cássia Brandão também perdeu tudo e compartilha do mesmo sentimento de abandono. “Passaram sete meses e nada foi feito. Queremos ser vistos e lembrados. Estamos lutando por socorro”, desabafa.
A situação se agrava para quem possui imóveis financiados. João Luiz Martins questiona a falta de alternativas para quem está nessa situação. “Se a casa está financiada pela Caixa, por que eles não podem calcular o saldo devedor e nos ajudar a quitar? A dificuldade é grande, as famílias se separam, e as opções que oferecem não resolvem”, lamenta o morador, que vive na região há 60 anos.
Os atingidos pedem agilidade e soluções reais para voltar a ter um lar.