“Devemos ser fortes e erguer a cabeça. Não adianta só lamentar”

abre aspas

“Devemos ser fortes e erguer a cabeça. Não adianta só lamentar”

A família de Aline Braun, de Lajeado, vivenciou momentos de angústia durante as enchentes que devastaram a região em 2023 e 2024. Entre os prejuízos enfrentados, destaca-se a perda total de um pavilhão de propriedade em Cruzeiro do Sul e a destruição da casa do cunhado, levada pelas águas. Na luta para recomeçar após os danos, Aline foi selecionada, em novembro, para participar de um programa de TV. Com o marido e o cunhado, ela recebeu uma premiação fundamental no auxílio financeiro à família e a amigos também afetados pelas enchentes

“Devemos ser fortes e erguer a cabeça. Não adianta só lamentar”
Foto: arquivo pessoal
Lajeado

Como foi o momento da enchente? Como a família lidou com as perdas?

Fomos afetados nas cheias de 2023 e 2024. Familiares, inclusive, perderam a casa por completo, e hoje vivem de aluguel. A minha casa não foi atingida, mas tínhamos um pavilhão em Cruzeiro do Sul, que foi destruído na cheia de 2024. Foi desesperador, pois não havia o que fazer, apenas assistir às águas destruir sonhos e vidas. Quando fomos lá ver o que havia restado, ficamos destruídos, pois tudo havia ido embora. O pavilhão é financiado, então foi nossas economias e sonhos embora. E o pior foi ver nossa família sem casa, sem saberem o que fazer. Tiveram que começar do 0, apenas com ajuda do povo.

Como a comunidade ao redor ajudou vocês nesse momento difícil?

O povo ajudou fornecendo comida e água. Amigos fizeram mutirão para arrecadar coisas para a casa do meu concunhado que perdeu tudo. Em meio a tudo isso, ajudamos também a descarregar caminhões de suplementos que vieram do Brasil todo, inclusive caminhões do exército. Essa ajuda foi essencial para nos erguer e ajudar os outros a recomeçar.

Meu cunhado e a família pagam o aluguel sem ajuda do governo, e, infelizmente, ainda não foram contemplados com nenhuma residência.

Como foi o convite para participar do programa?

Nossa, veio na melhor hora. O Luciano Hang e o Celso Portioli foram anjos enviados até nós. Com a premiação, além de comprarmos nossas coisas, compramos para familiares e amigos que perderam as coisas nesse desastre.

Me inscrevi no site do SBT e após um tempo, a produtora entrou em contato comigo. Nossa senhora! Na hora, eu estava almoçando, até perdi a fome. Depois, passamos por algumas etapas, como entrevistas para falarmos mais sobre nós e o desastre. Foram quatro entrevistas até vir a tão esperada confirmação da participação no programa. Até o dia da viagem, estávamos incrédulos do que estava acontecendo em nossas vidas.

Quais os maiores desafios ainda enfrentam?

Para nossa família, o de ter que pagar o terreno em Cruzeiro sem ter, e sem poder voltar a trabalhar lá; e para a família do meu cunhado, o de precisar pagar aluguel.
A recuperação é confiar em Deus, que no final tudo dará certo. Temos um ao outro, todos saudáveis, isso que importa. Enquanto aos bens, corremos atrás e conquistamos novamente.

Qual a maior lição você tirou dessa experiência tão difícil?

Que devemos ser fortes, erguer a cabeça para as dificuldades, porque não adianta só lamentar. Sempre vai ter alguém em uma situação pior que a nossa. Fico feliz em ter saúde para correr atrás de todo prejuízo, agradecendo a Deus por ter minha casinha em pé, porque muitos continuam sem um teto.

Acompanhe
nossas
redes sociais