Ainda num ritmo lento, a região mantém a retomada na geração de empregos formais depois de enfrentar a pior catástrofe climática da história. Pelo quarto mês consecutivo, registra saldo positivo, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nessa semana.
Ao todo, outubro teve 453 postos de trabalho abertos, fruto de 5,7 mil admissões e 5,3 mil desligamentos. Este é o melhor resultado no Caged no Vale desde abril, quando se aproximou dos 900 empregos criados. Até agora, o maior saldo de 2024 ocorreu em fevereiro, com 939. Somente em maio e junho foram registradas mais demissões.
O acumulado de 2024 chegou a 2,5 mil empregos formais criados. Na comparação com o mesmo período do ano passado – janeiro a outubro –, a alta no saldo positivo supera os 135%.
Para a economista e presidente do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), Cintia Agostini, a retomada, ainda que tímida, é um aspecto positivo e cita que a dinâmica da região faz com que a recuperação ocorra de modo diferente do que ocorre em outras regiões do RS.
Caged 2024, mês a mês
“Muitos negócios estão se reestruturando em outros lugares. Alguns tiveram que comprar estoque novo. Isso impacta no tempo para a retomada. E também tivemos uma redução de disponibilidade de pessoas no próprio Vale, pois algumas saíram da região. Então, o aumento no número de contratações talvez não seja proporcional ao que se tem de vagas disponíveis hoje”, ressalta.
Retomada
Ao todo, 24 cidades fecharam outubro com saldo positivo. O destaque do mês fica para Estrela, que alcançou o melhor desempenho, com 88 postos de trabalho criados. Todos os setores tiveram mais contratações do que desligamentos, mas o resultado foi impulsionado, sobretudo, pelos serviços, que empregaram 59 pessoas.
Na sequência, aparece Roca Sales, que teve seu melhor desempenho desde a enchente de maio. Foram 81 vagas criadas na cidade em outubro. A maior parte delas ocorreram no setor da indústria, um dos mais importantes para a economia da cidade. Teutônia, Lajeado e Westfália fecham a lista dos cinco melhores saldos.
Na outra ponta, três cidades dividem o posto de pior saldo: Bom Retiro do Sul, Imigrante e Pouso Novo. Enquanto a primeira teve o resultado influenciado por baixas no comércio, os outros dois municípios foram impactados por demissões na indústria.
Período produtivo
Cintia lembra que o fim do ano é um momento de forte influencia no mercado de trabalho, por conta das contratações temporárias, principalmente no comércio. Para ela, mesmo que essa alta
seja seguida por um período com mais demissões, é importante a região manter saldos positivos na geração de empregos formais.
“Estamos falando de uma retomada depois de uma grande catástrofe, de um evento extremo. E também temos que avaliar que os recursos para as empresas demoraram para acontecer, além do aumento da taxa de juros, que encareceu o custo para novos investimentos e ampliação da mão de obra”.
Ainda que seja cedo para projetar 2025, Cintia entende que é melhor um crescimento gradual do que ter picos de alta e, depois, não conseguir sustentar isso. “É preciso que seja uma retomada constante, que nos dá solidez e robustez”.
Melhores
- Estrela: 88
- Roca Sales: 81
- Teutônia: 57
- Lajeado: 49
- Westfália: 47
Piores
- Tabaí: -4
- Santa Clara do Sul: -9
- Bom Retiro do Sul: -12
- Imigrante: -12
- Pouso Novo: -12