Um crescimento de 208% em 12 anos. Nenhum outro bairro em todo o Vale do Taquari teve uma expansão populacional tão considerável quanto o Floresta. Antes o menos populoso de Lajeado, deixou de ser uma localidade estritamente rural para o experimentar o avanço da urbanização, a partir da abertura de loteamentos e a construção de casas e estabelecimentos.
Dados do Censo 2022 mostram que 1.544 pessoas residem dentro dos limites geográficos do bairro Floresta. Em 2010, eram 500 moradores. No entanto, esse número, em 2024, já é ainda maior. E a projeção para os próximos anos é de uma expansão considerável, sobretudo após as enchentes recentes. O que cria desafios em diversas áreas, como na infraestrutura.
Quando Ênio Weber e a esposa Zenaide chegaram no bairro, há 20 anos, não haviam ruas pavimentadas. Nem estabelecimentos comerciais. Apenas algumas moradias e vastas áreas verdes, cortadas pela RSC-453. A tranquilidade, característica daqueles tempos, no entanto, permanece sendo um ponto positivo para a comunidade.
“Aqui era tudo interior. Em 20 anos, muita coisa mudou. Nós morávamos do outro lado [da 453] e compramos um terreno aqui. Não achávamos que cresceria de forma tão rápida. Mas, felizmente, continua sendo uma área tranquila e os vizinhos se conhecem”, destaca Ênio, que reside na esquina das ruas Ervin Seidel e Pedro Inácio Oliveira, próximo ao entroncamento com a rodovia.
Um dos pioneiros
“Não tinha nem 500 moradores aqui. O primeiro loteamento [da Imojel] nem estava liberado. Depois da liberação, é que alavancou. E expandiu muito. Agora tem várias loteadoras atuando no bairro. Penso que a perspectiva para os próximos cinco, dez anos, é da população dobrar de novo”. Constatação do presidente da Associação de Moradores do Floresta, Jaime Borger.
No bairro desde 2005, Borger também foi um dos primeiros comerciantes da região. Hoje, comemora a chegada de outros estabelecimentos. E acredita que o “boom populacional” do Floresta vai impulsionar uma diversificação, trazendo serviços ainda inexistentes. “Se tivessem cem casas a mais aqui, com certeza todas já estariam ocupadas”.
Pedidos da comunidade
Tão logo se estabeleceu no Floresta, Borger se notabilizou como liderança comunitária. A atuação na Associação de Moradores, lembra, rendeu algumas conquistas para o bairro. Cita como exemplo a construção das rótulas na RSC-453, projetos executados pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) após pressão do município, com base nas reclamações e anseios da população.
Mas ainda há muito a ser feito. “As rotatórias foram um grande avanço para nós. Melhorou muito o acesso à escola [Emef Pedro Welter], mas ainda falta a iluminação. O que o Floresta cresceu em população, não cresceu em investimentos públicos. É uma questão que bato todo dia”, comenta.
Zenaide concorda. Para ela, um dos principais gargalos hoje do bairro é a falta de um posto de saúde. Hoje, uma parte dos moradores são atendidos na UBS do bairro São Bento, e outra tem como referência o posto do Jardim do Cedro. “Hoje é o que mais a população precisa aqui, assim como uma nova escola”, cita.
Planos do município
Entre as obras projetadas pelo município para suprir as carências do bairro está a construção de uma nova escola municipal de educação infantil (Emei). A desafetação do terreno, localizado na rua Luiza Eckhardt, foi aprovada na câmara de vereadores neste ano.
Conforme a secretária municipal de Planejamento, Cátia Berteli, a Emei será construída via Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). “Foi sugerida ao prefeito usar parte dessa área para a creche. Fizemos o cadastramento, que será usado no projeto padrão FNDE”, pontua.
NÚMEROS DO FLORESTA
- 1.544 moradores, segundo dados do Censo 2022
- 208% foi o crescimento na comparação com os dados de 2010