“O olho do dono é que engorda o boi”. O ditado é antigo e não se aplica apenas a pecuária. Aqui eu utilizo essa surrada expressão para defender que o governo estadual considere a pujança que caracteriza o Vale do Taquari e nos conceda o direito adquirido de ter um secretário diretamente vinculado à nossa região para a pasta de Logística e Transportes.
E aqui não existe nenhuma campanha específica contra o atual secretário Juvir Costella. O emedebista até tem virtudes em comparação com outros integrantes do governo Eduardo Leite. Pode ter boa vontade, mas perdeu credibilidade com a região. E olha que em 2022 ele foi o candidato mais votado em: Coqueiro Baixo, Nova Bréscia, Vespasiano Corrêa, Progresso e Sério e fez votação expressiva em várias outras cidades.
Se há uma região do estado que produz em grande escala, em diferentes áreas e com crescimento enorme no turismo é a noasa. O grande gargalo é o setor de logística, pela falta de infraestrutura. E muito da culpa é do governo estadual. O atual e os anteriores.
Não nos interessa se a secretaria em questão “pertence” ao MDB ou outro partido. O Vale faz por merecer um secretário seu, com quilômetros rodados nas ERS’s 332, 129, 130 e RSC’s 453 e 287.
O enredo da ponte da ERS-130 que seria entregue até o Natal e agora pode nem ser trazida pelo “Coelhinho da Páscoa” obriga um olhar sério e apolítico de Leite e Gabriel Souza para a secretaria, as promessas e a importância econômica da nossa região.
E olha que tem bons nomes do MDB no “mercado” a partir de janeiro.
O que perde a câmara de Lajeado com as saídas
As virtudes dos novos vereadores merecem um tópico específico e aguardemos as primeiras semanas de trabalho. Por ora, me debruço sobre as saídas.
Carlos Ranzi (MDB) disputou (e foi muito bem) na eleição majoritária. Com isso, encerra um ciclo no Legislativo. Isidoro Fornari Neto (PP) queria ser candidato a vice-prefeito, pelo menos. O partido disse “não” e ele nem para vereador concorreu. Somado a isso, enfrentou problemas de saúde e (felizmente) se recupera bem.
Ranzi pela dedicação nas tarefas de vereador e Fornari pela articulação, em especial, no âmbito de grandes projetos, serão baixas muito sentidas.
Soma-se a lista o representante do PT, Sérgio Kniphoff. Afinal, aspectos ligados à saúde, educação e assistência social eram comuns em suas manifestações. Márcio Dal Cin (MDB) também trouxe debates importantes para a câmara, como a acessibilidade, mobilidade urbana, a importância do cumprimento de prazos contratuais e a qualidade de obras públicas. Também não permanece.
Heitor Hoppe (PP) é o segundo suplente. Não conseguiu a reeleição. Destaco para ele a oposição consciente e a cobrança por serviço qualificado para limpeza e conservação da cidade. E ainda Deolí Gräff (PP), um dos expoentes da cultura em Lajeado, estará de fora do Legislativo a partir de janeiro.
Das 15 cadeiras, seis novidades. Uma renovação necessária, mas que deixa pelo caminho bons trabalhos e excelente referências aos que entram.
Um dedinho de prosa:
- Caso não seja escolhido para a secretaria de Obras, em Lajeado, Fabiano Bergmann (Medonho) pretende iniciar ser o primeiro presidente da câmara na próxima Legislatura. O ex-secretário afirma que não foi procurado ainda pela futura prefeita Gláucia Schumacher. Alex Schmitt (PP) também está de olho na cadeira de presidente. E entre os integrantes de partidos da base governista, há outros eleitos de olho no cargo
- A Expovale e a inauguração do Boulevard tem algo em comum além do sucesso: Nos dois eventos os principais nomes do governo estadual não apareceram. O mais perto disso foi o secretário de Turismo, Vilson Covatti, que veio para Lajeado na abertura da Expovale+Construmóbil. Dois eventos muito importantes, sabiam Leite e Gabriel Souza?
- Para terminar, uma pergunta: Com toda essa polêmica, Marcelo Caumo vai assinar o tal aditivo com a Corsan ou deixará a decisão para Gláucia?