Os mais de 900 alunos do Colégio Estadual Presidente Castelo Branco terão que aguardar voltar ao prédio histórico na rua Bento Gonçalves. A perspectiva informada aos professores da instituição é que em julho seja concluída a reforma e em agosto a volta às aulas no antigo endereço.
“Há bastante trabalho. Tem toda a pintura, troca de fiação elétrica no térreo, também do piso. Até lá, ao que parece, vamos continuar na Univates”, diz a diretora, Jurema de Oliveira.
Havia uma reunião agendada para 14 de novembro entre Ministério Público, mantenedora da universidade, Fuvates, com as secretarias estaduais de Educação (Seduc) e de Obras Públicas (SOP).
A data foi suspensa e um novo encontro será agendado. Desde novembro do ano passado, as equipes de professores e os estudantes do Castelinho foram deslocados para atividades na Univates. Diante do comunicado da universidade em não prorrogar o acordo, com prazo até 31 de dezembro, o Ministério Público iniciou um trabalho pelo programa Mediar para buscar um acordo sobre o futuro das aulas.
Como a reforma não será possível até o início do ano letivo de 2025, o Estado solicitou mais tempo para usar salas da Univates. Como o cronograma oficial ainda não foi apresentado, a decisão está em análise por parte da Instituição de Ensino Superior. A tendência é de confirmar mais sete meses de aulas nos prédio da universidade, tendo em vista que o ano letivo começa em fevereiro.
A Fernandes Vieira foi inaugurada em 1940. Menos de um ano depois, enfrentou a enchente histórica de 41. Agora, havia sido reformada entre 2023 e início de 2024, até ser destruída pelo episódio de maio
Comunicação com o MP
Na metade de outubro, os representantes do Estado confirmaram o interesse em recuperar o prédio. Na data, foi estabelecido o prazo de dez dias para apresentação do plano de reforma e os prazos para reabertura do Castelinho.
Passados mais de um mês, a Seduc apresentou ontem os detalhes sobre as obras no Castelinho para integrantes do programa Mediar, do MP de Porto Alegre.
Na região, o promotor Sérgio Diefenbach espera ter acesso ao cronograma nesta semana. A Seduc afirma que o contrato com a empresa responsável pela reforma geral do colégio está em fase de assinatura, com a perspectiva de iniciar os trabalhos na próxima semana.
Conforme o Estado, a previsão é que as aulas sejam retomadas na escola no segundo semestre de 2025.
Fernandes Vieira: Retorno em 2026
Na escola Fernandes Vieira, em Lajeado, os cerca de 180 alunos estão divididos em três escolas. Na Moisés Cândido Veloso, Irmã Branca e para o supletivo para jovens e adultos (noturno), na Érico Veríssimo.
Conforme a diretora Rosângela Petter Mello, após a vistoria da equipe técnica, foi determinada a reforma do prédio. Inaugurada em 1940, a escola terá obras de resiliência climática, com recursos garantidos pelo Plano Rio Grande.
A empresa responsável pela obra é a mesma selecionada para os trabalhos no Colégio Castelo Branco. “Vamos voltar em 2026. Essa é a data mais certa, pois a obra é para começar em janeiro, serão uns oito ou nove meses.”
Como se trata de um educandário de Ensino Fundamental e de Educação de Jovens e Adultos (EJA) que atende famílias em situação de vulnerabilidade social, houve uma redução de quase 50% no número de matrículas. “Os pais que não tinham como custear o transporte escolheu escolas municipais mais próximas e fizeram a transferência”, diz a diretora.
Os estudantes que permaneceram enfrentam dificuldades em termos de deslocamento, o que interfere sobre a presença. “Temos muitos problemas de faltas. Mantemos uma busca ativa dos alunos para evitar a desistência neste fim de ano.”
Irmã Branca: Ensino Médio em análise
Como forma de reduzir a demanda por matrículas no Ensino Médio nas escolas Castelo Branco e Érico Veríssimo, o Estado pretende ampliar o atendimento no centro de Lajeado, com abertura de turmas na escola Irmã Branca.
O processo de ampliação foi credenciado pela Seduc e depende de análise do Conselho Estadual de Educação. Após esse trâmite, poderá ser autorizada a oferta do Ensino Médio, em um primeiro momento para o primeiro ano e com ampliação gradativa.
Onze escolas interditadas
A avaliação do Estado mostra que a inundação de maio foi responsável por interditar 11 escolas no Vale do Taquari. Destas, cinco tiveram perda total. As seis restantes com danos parciais também não apresentaram condições de retorno às atividades presenciais. Entre atendimentos em outros educandários, outra medida para garantir a continuidade de algumas atividades foram aulas remotas.
O local de alguns prédios, devido a recorrência de inundações, passa por análise. Nestas estão a Antônio do Conto (Encantado), Fernandes Vieira e Castelo Branco (ambas de Lajeado).
A rede pública estadual na área da 3ª Coordenadoria Regional de Educação (tem 82 escolas. São mais de 18 mil alunos matriculados.
Escolas estaduais atingidas
Arroio do Meio
Guararapes (parcial)
Total de 501 alunos
Colinas
Escola de Ensino Médio
Colinas (parcial)
Total de 83 alunos
Estrela
Escola de Educação
Profissional (parcial)
Total de 225 alunos
Escola Moinhos (total)
Total de 81 alunos
Alunos foram transferidos
para a Vidal de Negreiros.
Muçum
Souza Doca (parcial)
Total de 294 alunos
Cruzeiro do Sul
Itaipava Ramos (parcial)
Total de 25 alunos
Aulas transferidas desde 3 de junho para a São Miguel
João de Deus
Chegou a ser interditada pela
Defesa Civil devido ao risco de deslizamentos próximos
Aulas voltaram em 22 de maio
Encantado
Antônio de Conto (total)
Total de 141 alunos
As aulas passaram a ser na sede da Uergs, no bairro Lambari.
Lajeado
Fernandes Vieira (total)
Total de 180 alunos
Os alunos foram transferidos para a Cândido Veloso (Hidráulica) e para o colégio Irmã Branca (Centro/Florestal)
Castelo Branco (parcial)
Atende 936 alunos
Desde a enchente de setembro, o prédio está interditado
Aulas na Univates
Roca Sales
Padre Fernando (total)
Total de 245 alunos
Aulas em prédio alugado junto à Paróquia da Igreja Católica.
Forquetinha
Escola de Ensino Médio Forquetinha (parcial)
Atende 135 alunos
