O ex-governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, compartilha sua análise sobre a complexa conjuntura política e econômica do Brasil. Rigotto aborda as recentes denúncias da Polícia Federal, que resultaram em 37 indiciamentos, e destaca o papel do procurador-geral da República e sua equipe, responsável por analisar o extenso relatório de 880 páginas. Segundo ele, o processo será longo, com réus podendo apresentar defesa e acusações levando o caso ao Supremo Tribunal Federal, provavelmente, apenas em 2025.
Para Rigotto, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, deveria se afastar do processo devido ao seu envolvimento direto, incluindo ameaças de morte constantes. “Ele não deveria julgar pessoas que o ameaçaram”, defende Rigotto, sugerindo que ainda há tempo para essa decisão ser reconsiderada.
Além da questão jurídica, Rigotto comenta os desafios no Congresso Nacional, principalmente a falta de avanço no pacote de ajuste fiscal. Estima-se que o governo proponha um corte de R$ 70 bilhões nas despesas entre 2024 e 2025, mas enfrenta resistência dos parlamentares, especialmente em relação às emendas, que somam R$ 52 bilhões.
“Ao não cortar despesas agora, o governo arrisca agravar o déficit, a dívida pública e a inflação, o que pode levar a um aumento da taxa Selic para 14% e impactar negativamente o desenvolvimento econômico”, alerta. Ele destaca o impasse dentro do governo, dividido entre os que defendem cortes e os que priorizam ações sociais para fortalecer a base política visando as eleições de 2026.
Rigotto conclui com uma crítica à falta de entendimento sobre os riscos de não agir: “Sem ajustes, o círculo vicioso continua, penalizando especialmente os pequenos, que sofrem mais com a inflação e os juros altos.”
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